A Polícia Federal (PF) concluiu que o ex-presidente Jair Bolsonaro “planejou, atuou e teve o domínio direto e efetivo” sobre os atos executados por uma organização criminosa que visava à realização de um golpe de Estado e à abolição do Estado Democrático de Direito. De acordo com o relatório, o golpe não se concretizou por “circunstâncias alheias” à vontade de Bolsonaro.
Segundo a investigação, o grupo liderado por Bolsonaro, à época presidente da República, desenvolveu e difundiu uma falsa narrativa sobre vulnerabilidades no sistema eletrônico de votação do Brasil desde 2019. Essa estratégia tinha como objetivo sustentar uma “falsa realidade de fraude eleitoral” para justificar ações golpistas após sua derrota nas eleições de 2022.
O relatório foi tornado público nesta terça-feira (26) pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e enviado à Procuradoria-Geral da República (PGR). Caberá ao procurador-geral, Paulo Gonet, decidir se oferecerá denúncia contra Bolsonaro e outros 36 investigados.
Em entrevista a jornalistas, Bolsonaro afirmou ser inocente e declarou estar sendo perseguido pela Justiça. O caso segue em análise e poderá gerar novos desdobramentos jurídicos.