Logo após Vilmar Mariano ser comunicado de que não seria o candidato do UB, o deputado federal Glaustin da Fokus (Podemos), companheiro de primeira hora do prefeito de Aparecida, conversou com a Tribuna do Planalto. Há cerca de duas semanas, Glaustin da Fokus previu o desfecho da pré-candidatura do prefeito e, antes, ele já havia oferecido a legenda para Vilmar disputar a reeleição, mas o prefeito preferiu se filiar ao União Brasil, acreditando que lá teria o apoio do governador. O que não ocorreu, e Vilmar restou sem partido para participar da eleição. Na avaliação do deputado, Vilmar pode ficar neutro ou até mesmo apoiar o concorrente do candidato da base aliada, Professor Alcides (PL). Ele também não descarta lançar a própria candidatura a prefeito de Aparecida, com o apoio do seu grupo político, comandado pelo ex-senador Luiz do Carmo, e do grupo de Vilmar Mariano. Situação que também já havia anunciado à imprensa. Ele concedeu a entrevista antes mesmo de conversar com o prefeito (as decisões ficaram para a próxima semana), mas antecipou que, caso não seja o candidato do grupo, é provável que não participe da eleição para prefeito de Aparecida.
Vilmar Mariano foi comunicado agora há pouco de que não vai ser o candidato da base do governador Ronaldo Caiado. Como o senhor recebeu essa decisão?
Esse assunto já tinha uma previsibilidade há 70 dias, quando colocamos o partido à disposição de Vilmar, para ele construir o projeto dele no Podemos, mas ele, entendendo que naquele momento, se fosse para o União Brasil, teria o apoio do governador, optou (pelo União Brasil). Eu não vou julgar a decisão dele, mas eu disse a ele com muita clareza: no Podemos, você participa do projeto de candidato a prefeito de Aparecida. O governador tem um certo zelo e critério a respeito de pesquisas com relação ao projeto para Aparecida de Goiânia. Quem sou eu para julgar ou banalizar decisões de governo, porque ele sabe onde a correia aperta, mas eu trataria isso às vezes de forma diferente, até porque uma pessoa nova começar nesse projeto vai dividir as bases. Eu tenho certeza que Vilmar, o prefeito atual, tem legitimidade para disputar, vai ficar aborrecido, deve ter ficado chateado e não deve entrar no projeto do Leandro (Vilela). Não sei se foi bom para o formato político e para nós, que somos da base do governador, essa decisão em Aparecida de Goiânia.
O senhor acredita que Vilmar não deve entrar no projeto do do Leandro?
Eu acho, eu vou no achismo, eu não acho que ele deve entrar no projeto. Acho difícil. Ou ele deve ficar neutro, contar de um a dez… Eu não sei ainda o que eles (Vilmar e o governador) conversaram e qual foi a última fala dele.
O senhor não participou da reunião que Vilmar Mariano convocou com os aliados?
Não, porque ele chamou de última hora; e eu, na cadeira dele, nem convidava para essa reunião. Ia para casa, respirar, contar de um a dez para tomar uma decisão mais prudente e com muito mais responsabilidade. Era o que eu faria.
Você havia dito que na eventualidade do Vilmar Mariano não disputar a eleição, poderia avaliar colocar o seu nome na disputa. Essa é uma opção?
Eu continuo com o mesmo propósito. Na hora que o Vilmar falar para mim: eu não sou mais candidato, porque ele não falou ainda. Mas se ele entender o que eu posso ajudar Aparecida, contribuir com a minha experiência, experiência de gestão, de entender um pouco de gente, de colocar a turma para trabalhar, eu me colocaria à disposição, desde que fosse dentro de um consenso do grupo a que pertencemos, com o ex-senador Luiz do Carmo, Henrique César, e a turma e a equipe do Vilmar.
Como acha que fica a base caiadista e a eleição em Aparecida com esse novo cenário?
Eu reconheço o espólio do Gustavo Mendanha em Aparecida, ele conduziu bem Aparecida; Leandro Vilela foi deputado federal por dois mandatos e eu tenho que respeitar, tem Vilela no sobrenome, fez uma gestão muito boa para Aparecida. Na minha percepção e no meu sentimento, quem ganhou com essa confusão foi o Professor Alcides. Eu não sei se nós, da base de governo caiadista, ganhamos com essa decisão. Agora, vai depender muito do Vilmar, para que rumo ele vai optar. Por que já pensou o Vilmar se rebelar e dizer: não ajudo? É um jogo de seis pontos, além de perder o cliente, ganha um concorrente. Não ajudo, e passa a apoiar o Professor Alcides. Não sei nem se ele vai fazer isso, mas já pensou se ele faz uma decisão dessa?
Qual é a tendência do Podemos diante desse novo contexto?
Se o Vilmar disser que não vai mais participar do processo e eu também não for participar, acho que nós vamos ficar meio quietos. Não sei se vamos entrar em algum projeto. Eu vou cuidar da minha chapa de vereadores lá e pronto; é isso que eu devo fazer.