A declaração é do presidente do Solidariedade, deputado federal Paulinho da Força, que esteve no lançamento da pré-candidatura a presidente da República do governador Ronaldo Caiado, em Salvador (BA). Paulinho afirmou à Tribuna do Planalto que o partido busca um nome de centro para 2026. “Caiado é um dos nomes”
Sua presença já é uma sinalização de apoio do partido a Ronaldo Caiado nas eleições de 2026?
Estamos a um ano e seis meses da eleição presidencial e o Solidariedade pensa numa candidatura que possa representar o centro político do Brasil, não seja nem de extrema direita e nem de extrema esquerda. Acho que Ronaldo pode representar esse centro. É uma candidatura importante, de um estado importante do Brasil, e por isso nossa vinda aqui, para trazer essa vontade de construir uma candidatura, apesar da dificuldade que é construir uma candidatura presidencial no Brasil, mas acho que Ronaldo tem capacidade para construir uma candidatura desse meio.
Temos visto algumas lideranças aqui na Bahia defendendo a união das oposições ao Governo Federal. O senhor acredita nessa possibilidade?
É muito difícil reunir todos os candidatos em uma única candidatura. Dos candidatos que estão se colocando hoje, acho difícil ser juntado no primeiro turno. É lógico que num segundo turno todo esse campo político, a partir do centro, estará em uma única candidatura.
Alguns nomes do Solidariedade são, tradicionalmente, alinhados ao PT. O alinhamento que começa a ser considerado com o governador Ronaldo Caiado pode gerar eventuais fissuras?
Estamos bem tranquilos com isso. Temos o Fernando Francischini, no Paraná, que de certa maneira representa a direita, Marília Arraes, em Pernambuco, representa a esquerda, temos José Reguffe, em Brasília, que representa o centro. Temos discutido muito isso e temos hoje muita tranquilidade para falar em nome do centro político. Por isso que digo, não queremos uma candidatura nem de esquerda e nem de direita, nós queremos uma candidatura de centro. Dentro do partido isso é bem pacificado.
Em 2022, o Solidariedade foi um dos primeiros partidos a manifestar apoio ao presidente Lula. Acredita que outros partidos que o apoiaram também sigam o mesmo caminho?
Do conjunto de partidos que o apoiaram é muito difícil dizer. Pode ser que um ou outro, por exemplo, o Agir, os partidos menores, porque os outros eram partidos da esquerda. Além de nós, estavam PT, PSB, Rede, PSOL e tinha partidos menores; esses partidos menores dificilmente estarão na candidatura do presidente Lula. Se ele for candidato, tem gente que disse que ele não será. Alguns daqueles 11 partidos não estarão com ele. Nós não estaremos de jeito nenhum com o Presidente Lula.
Por que esse distanciamento?
Primeiro porque o presidente Lula não é mais o mesmo, é um presidente meio sequestrado pela esquerda do PT. E ele tem também, no meu entendimento, um ressentimento da cadeia. Ele atende muito as pessoas que foram visitá-lo na cadeia e os demais ele deixou. Não é mais o mesmo do primeiro e do segundo mandato, que conversava com todo mundo. Eu imaginava que ele iria fazer uma reforma política agora para abrir o governo, ao invés disso ele fechou. Não levou o que eu imaginava que ia levar, o centro para o governo. Acho muito difícil continuar com um governo que não atendeu. Voltou a inflação, o custo de vida hoje está nas alturas, os salários caíram, o poder de compra diminuiu a possibilidade de as pessoas comprarem, juros altos, imposto. Esse é o governo que vamos continuar? Vamos encontrar outro caminho para o Brasil.
Já podemos falar de desembarque do governo?
Nós nunca tivemos no governo. Eu não vou desembarcar de um negócio que eu não embarquei. A bancada é outra história, a bancada vota aqui, vota ali, dependendo de acordo os políticos na Câmara, e muitas vezes esse acordo político ajuda o governo, mas não tem nada a ver com a nossa relação com o governo Lula, que é zero. Não há diálogo com o governo. Se fosse só conosco, estava bom, mas com ninguém. Procura qual presidente do partido o Lula tem falado nos últimos dois anos e meio.