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Municípios da Região Metropolitana ainda não têm plano para retorno às aulas


Por Redação em 14/07/2021 - 00:00

Foto: Reprodução

Por Anna Clelma*

A menos de um mês para o início do semestre letivo, apenas quatro das 21 cidades da Região Metropolitana de Goiânia apresentam plano de retorno às aulas presenciais mais detalhado: Goiânia, Aparecida de Goiâ­nia, Trin­dade e Caldazinha. A maioria dos municípios aguarda respostas das secretarias e conselhos de Saúde para definir como será a volta. Três cidades só vão definir após o final do recesso escolar, Goianira, Bela Vista de Goiás e Santo Antônio de Goiás.

O anúncio da liberação das aulas presenciais foi feito pelo estado de Goiás no início do mês de maio. Desde então, as prefeituras estão definindo como será o retorno. As aulas remotas vão continuar garantindo um modelo híbrido. O Decreto Estadual prevê que devem ser observadas as normativas da Saúde e que serão fundamentadas no Centro de Operações de Emergências em Saúde Pública de Goiás para Enfrentamento ao Co­ronaví­rus (COE).

As prefeituras definem a data em que vai ocorrer, a adequação da estrutura física das escolas, a formação para profissionais de Educação da Rede Municipal, como será feita a orientação para pais e responsáveis, dentre outras questões pertinentes à volta. Cada cidade segue seu próprio plano, em conformidade com os critérios dos órgãos de saúde.

Nas cidades que compõem a Região Metropolita­na de Goiânia, há semelhanças entre os modelos apresentados, mas em outros pontos, são totalmente diferentes. A regra básica para  iniciar as aulas presenciais é a vacinação dos profissionais de Educação. A maioria das cidades já garantiu a primeira dose do imunizante. Enquanto esperam a segunda dose, os municípios planejam a retomada de forma segura.

Somente Hidrolândia deu informações de dia definido para a imunização completa. Caldazinha, Trindade e Inhumas confirmaram que a segunda dose será aplicada em agosto para os profissionais no município. Em Guapó, deverá ser em setembro. As demais cidades da região não informaram. Vale lembrar que ainda não há vacina para crianças, e a taxa de contaminação é muito pequena e os sintomas são mais leves nessa faixa etária.

As secretarias de Educa­ção dos municípios precisam ter um parecer técnico da Saúde local para elaborar o plano de retorno. Enquanto as secretarias de Saúde não dão uma resposta, os municípios não podem decidir todos os detalhes da volta, como data, orientações para pais e responsáveis, escolha do grupo que deve ser atendido. Mesmo sem o parecer, cidades como Caldazinha fazem o planejamento da maneira que estava ao seu alcance, em nível pedagógico.  Guapó aguarda a SMS para saber se vai retornar, ou não.

A preocupação dos pais e responsáveis é levada em consideração no momento de preparar a volta às aulas presenciais. Em Nerópolis, foi realizada uma enquete on-line com os pais. Em Inhumas, os responsáveis vão assinar um termo em que confirmam a escolha entre o formato remoto e o presencial. Trindade fez uma pesquisa quantitativa e qualitativa com a família de todos os estudantes, afirma o secretário municipal de educação, Sérgio Sanches. A grande maioria prefere que não haja o retorno presencial, segundo ele.

Madalena Pereira da Silva Teles, secretária de Educação de Caldazinha, afirma que “há os que estão muito ansiosos, e tem aqueles que estão muito inseguros. “E nem sempre aquele que está ansioso para enviar se encaixa no perfil daquele que tem prioridade. Então, essa dinâmica ainda precisa ser melhorada.” No município, os estudantes atendidos presencialmente serão aqueles com maiores dificuldades de acesso à internet e os que apresentaram baixo rendimento nas avaliações. Segundo a secretária, os que se encaixam no perfil atingem a quantidade prevista. O mesmo critério vai ser uti­lizado por Trindade e Aparecida de Goiânia.

Grande parte dos municípios da Região Metropo­lita­na não comenta sobre qual será o procedimento adotado caso haja casos de Covid. Enquanto muitas cidades aguardam orientações da Saúde em conjunto com a Educação, aquelas que já têm o protocolo definido não adiantam como vão proceder. É o caso de Aparecida de Goiânia.

Todas afirmaram, no entanto, que vão seguir os protocolos de segurança que incluem uso de máscara, higienização das mãos, distanciamento dentre outros. Algumas mudanças serão feitas na estrutura das unidades de ensino para garantir a segurança. Em Teresópolis de Goiás, serão instalados bebedouros externos e cada aluno terá sua garrafa de água. Senador Canedo está reformando escolas para adequar o espaço. Em Aparecida, as janelas serão ampliadas para melhor circulação de ar.

Ideias que deram certo

Cada município da Região Metropolitana de Goiânia tem suas particularidades que vão desde o número de habitantes, economia local, número de escolas, avanço da pandemia na cidade, capacidade de combate à doença até o avanço na vacinação. A Secretaria Munici­pal de Educação de Nova Veneza se reuniu com a de Santo Antônio de Goiás para discutir ideias comuns para os municípios.

Algumas iniciativas tiveram mais ênfase em um local. A Prefeitura de Trin­da­de, em parceria com o Go­ve­rno do Estado, realizou uma testagem em massa das crianças trindadenses. A imensa maioria delas não estava contaminada com o vírus da Covid-19, segundo o secretário de Educação, e grande parte já tem anticorpos contra a doença.

Alunos da Educação Inclu­siva serão prioridade no retorno às aulas presenciais de Aparecida de Goiânia. Os estudantes precisam de um acompanhamento mais próximo com o professor, explica a secretária de Educação do município. Já em Caldazinha, junto com o retorno, haverá aulas de reforço para melhoramento, principalmente da leitura. Quem teve déficit vai ter o auxílio do professor no contraturno.

A formação dos professores é uma preocupação das secretarias. Na Educação Infantil e Fundamental, muitas atividades terão que ser mais uma vez adaptadas para o modelo híbrido. A parte administrativa também recebe instruções quanto aos protocolos de segurança.

Para o secretário de Educação de Trindade, o retorno com 30% da capacidade neste momento é um preparo. “Na nossa visão, o retorno presencial mesmo vai ocorrer, não só aqui em Trindade, em 2022, quando toda a população estiver vacinada. À priori, nossa expectativa é de criar uma rotina de retorno.”

*Estagiária sob supervisão de Fabiola Rodrigues
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