O principal dirigente do futebol goiano, Adson Batista, dá sinais evidentes de esgotamento. Em suas últimas entrevistas, deixou claro a desmotivação, assumiu o rebaixamento do clube ainda no primeiro turno da série A e não esboçou reação como sempre fez quando o time não ia bem nas competições. Adson Batista não é uma máquina, é um ser humano como todos nós, não suportou o peso de ser ao mesmo tempo Presidente Executivo, Diretor de Futebol, Diretor Financeiro, Administrativo e de Patrimônio. E não precisava ser assim. Essa sempre foi uma escolha dele, é seu estilo de dirigir o clube, só que não dá mais. Além do cansaço e da desmotivação, Adson precisa reconhecer que no futebol moderno não cabe mais esse modelo de gestão.
Adson, assim como os dirigentes de Goiás e Vila, parecem não ter percebido as profundas mudanças que acontecem no cenário do futebol nacional. As SAF’s entraram com força em alguns clubes injetando muito dinheiro em todos os setores dessas agremiações, enquanto por aqui prevalece o velho e ultrapassado modelo de gestão, onde antigos dirigentes não abrem mão da vaidade e do poder de mando, enquanto os clubes definham em suas respectivas competições. O Atlético pode argumentar que já é uma SAF, mas só no papel, na prática não atraiu ainda nenhum interessado.
O Atlético começou o ano com um time muito superior aos concorrentes do futebol goiano, passou fácil por todos e foi tricampeão do Estado. Aí começou a queda. Iniciou a série A pensando ter um time capaz de fazer frente aos grandes clubes do futebol brsileiro. Não deu certo. O rubro-negro faz uma das piores campanhas de sua história, não consegue sair do último lugar na tabela de classificação e é considerado pela grande mídia nacional como o pior time da série A.
Alguém poderia argumentar: o Vila vai bem, está no caminho certo. Será? Terá forças suficientes para figurar no G4 na última rodada da série B? Hugo Sérgio faz um bom trabalho na gestão administrativa e de patrimônio, mas o modelo de gestão é ultrapassado, não consegue incrementar o orçamento do clube porque os investidores não encontram atrativos nem possibilidades de retorno para investir.