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Crise na Saúde de Goiânia leva MP-GO a pedir intervenção estadual: entenda o caso

Caso o pedido seja aprovado pelo TJGO, o governador Ronaldo Caiado será responsável por expedir um decreto de intervenção


Avatar Por Redação Tribuna do Planalto em 07/12/2024 - 08:42

Cyro Terra explica como ser dará a intervenção estadual na Saúde (Foto: Divulgação)

A grave crise na Saúde pública de Goiânia levou o Ministério Público de Goiás (MP-GO) a protocolar, na última semana, um pedido de intervenção estadual na gestão do setor. A solicitação, que será analisada pelo Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) na próxima segunda-feira (9), busca transferir temporariamente a administração da Saúde do município para um interventor nomeado pelo governador Ronaldo Caiado.

O pedido, apresentado pelo procurador-geral de Justiça Cyro Terra Peres, é descrito como uma medida extrema, mas necessária, para enfrentar o colapso no sistema de saúde da capital, que apresenta falta de insumos básicos, paralisações de médicos, descumprimento de decisões judiciais e investigações por suspeitas de irregularidades administrativas.

Por que o MP-GO pediu intervenção?

O MP-GO argumenta que a situação da Saúde em Goiânia atingiu um nível insustentável, comprometendo o atendimento à população e violando direitos fundamentais, como o acesso à saúde e à vida.

Entre os fatores que motivaram o pedido estão:

  • Renúncia-relâmpago de secretários: Cynara Mathias, que assumiu a Secretaria Municipal de Saúde após a prisão do ex-secretário Wilson Pollara, deixou o cargo após apenas uma semana. Em depoimento ao MP, ela afirmou que pediu demissão porque “não havia meios de fazer o sistema de saúde municipal funcionar.”
  • Investigações em andamento: O MP-GO conduz mais de dez apurações sobre irregularidades na gestão da Saúde, incluindo casos de má administração e descumprimento de decisões judiciais.
  • Falta de insumos e paralisações: Denúncias apontam a interrupção de serviços essenciais, como fornecimento de medicamentos, pagamento de salários e funcionamento de ambulâncias, agravando a precariedade no atendimento.

“O município demonstrou que não tem mais capacidade de garantir o direito à saúde da população. A intervenção é o último remédio que a Constituição nos oferece para proteger esses direitos,” afirmou Cyro Terra.

Como funciona a intervenção?

Caso o pedido seja aprovado pelo TJGO, o governador Ronaldo Caiado será responsável por expedir um decreto de intervenção. Este documento definirá as medidas a serem implementadas e nomeará um interventor, que assumirá a gestão financeira e administrativa da Saúde municipal.

O interventor terá poderes para:

  • Gerenciar os recursos financeiros destinados à Saúde;
  • Administrar hospitais, centros de atendimento e a rede de regulação;
  • Implementar medidas para normalizar os serviços e regularizar pagamentos atrasados.

A intervenção será limitada à área da Saúde e terá caráter temporário, mas poderá se estender até o final da atual gestão, dependendo da gravidade da situação.

Próximos passos

O Tribunal de Justiça avaliará o pedido em caráter de urgência. Se aprovado, a nomeação do interventor poderá ocorrer já nos próximos dias. Para o MP-GO, a celeridade é essencial para conter o avanço da crise e evitar novos prejuízos à população.

O que dizem as autoridades?

Apesar do foco inicial ser a gestão da Saúde, o MP-GO não descarta a possibilidade de novas intervenções em outras áreas do município caso sejam constatadas urgências similares. Cyro Terra destacou que, até o momento, não há indícios de envolvimento direto do prefeito Rogério Cruz em irregularidades criminais, mas as investigações seguem em andamento.

“A prioridade é garantir o funcionamento do sistema de saúde e proteger os direitos dos cidadãos. Caso surjam novos elementos, as medidas necessárias serão tomadas,” concluiu o procurador-geral.

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