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“Aumento das despesas não se traduziu em melhora na qualidade de vida da população”


Andréia Bahia Por Andréia Bahia em 17/12/2024 - 08:06

Márcio Correa (PL) - prefeito eleito de Anápolis. Foto: Reprodução
Anápolis tem tido uma das transições mais complicadas entre as cidades da região metropolitana, parte disso em razão dos resquícios da eleição, marcada por acusações e denúncias. De toda forma, Márcio Correa afirma que o objetivo da transição está sendo cumprido e aponta como prioridades rever contratos, enxugar a máquina pública, com o corte de comissionados, e renegociar o juro dos empréstimos contraídos pelo município.

ANDRÉIA BAHIAComo avalia o processo de transição até aqui? A equipe está tendo alguma dificuldade para ter acesso aos dados e informações?

MÁRCIO CORREA – O objetivo do trabalho da transição está sendo cumprido. Nossa equipe, que tem um perfil totalmente técnico, está antecipando o levantamento de dados que serão muito importantes para embasar algumas decisões, como, por exemplo, a escolha das unidades de ensino em que ampliaremos o número de vagas já no início da gestão. Em algumas secretarias, a coleta de informações tem acontecido de forma muito tranquila, mas há casos, como a Saúde, em que percebemos falta de vontade política para dialogar com nossa equipe e também a falta de conhecimento aprofundado sobre a realidade da pasta.

Houve alguma surpresa? Alguma informação que contradiz aquilo que a gestão atual divulgou?

O valor das despesas com a contratação de softwares é algo que, em particular, nos deixou bastante surpresos. Já tínhamos noção do crescimento do gasto público nos últimos anos, mas ficou claro que o aumento das despesas não se traduziu em melhora na qualidade de vida da população.

Quais as prioridades da gestão nos 100 primeiros dias de governo?

Saúde e educação estão no topo das nossas preocupações e já começamos esse trabalho antes mesmo de tomar posse. Procuramos o governador e o secretário estadual de Saúde para tratar das filas para consultas, exames e cirurgias eletivas. Temos ainda o desafio de reestruturar a atenção básica, abrir o primeiro hospital geral de portas abertas de Anápolis e montar uma equipe com perfil técnico de excelência que compreenda a atual necessidade dos pacientes anapolinos. No caso da educação, temos milhares de crianças que acordam e não podem ir para a escola porque não há vaga. Já estamos atuando para começar o ano letivo com pelo menos mil novas vagas nos CMEIs e na pré-escola. Há prioridades do ponto de vista fiscal: rever contratos, enxugar a máquina pública, com o corte de comissionados, e renegociar o juro dos empréstimos contraídos pelo município.

A equipe de transição tem um perfil técnico, segundo o senhor divulgou. Esse será o perfil do secretariado?

Não apenas do secretariado, mas de toda a estrutura. Se queremos entregar um serviço de qualidade para o cidadão, temos que investir em pessoas com perfil para o trabalho que precisa ser realizado. É preciso romper com a prática de lotear a prefeitura de indicações políticas, ignorando que a finalidade do serviço público é atender aos interesses da população.

Os vereadores vão participar da escolha de nomes do secretariado?

Estamos dialogando, ouvindo as pessoas que contribuíram com o projeto que apresentamos para a cidade e não temos nenhuma dificuldade em receber sugestões. Estamos trabalhando para compor um secretariado com capacidade técnica comprovada e familiarizado com a realidade de Anápolis.

O senhor pretende fazer uma reforma administrativa logo no início da gestão?

O entendimento é começar a gestão a partir da estrutura atual e promover uma reforma administrativa em um segundo momento.

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