O deputado federal Alcides Ribeiro, de Goiás, anunciou sua desfiliação do Partido Liberal (PL) em meio a investigações conduzidas pela Polícia Civil sobre uma acusação de abuso sexual envolvendo um menor de idade. Em declaração ao portal Poder360, o parlamentar afirmou que a decisão de deixar o partido foi tomada para “não comprometer” a reputação da legenda. Fontes indicam que a saída de Alcides foi motivada por pressões da cúpula do PL, liderado por Valdemar Costa Neto e alinhado ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
No sábado (25), Alcides enviou uma carta ao presidente do partido comunicando sua decisão. No documento, o deputado afirmou que a desfiliação se deu por “motivos alheios” à sua vontade e mencionou questões ideológicas e de foro íntimo. “O pedido de anuência para a desfiliação partidária fundamenta-se na necessidade de preservar a coerência entre as minhas convicções políticas e as ações desenvolvidas no exercício do mandato, sem que haja prejuízo aos compromissos assumidos com os eleitores que me elegeram”, destacou o parlamentar.
O pedido de desfiliação ocorre semanas após uma operação da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente de Aparecida de Goiânia, que investigava suspeitas de um crime envolvendo um adolescente e um parlamentar. Durante a ação policial, três pessoas foram presas, incluindo o segurança de um deputado. Segundo a Polícia Civil, os suspeitos ameaçaram o adolescente com armas de fogo para obter acesso a celulares e senhas com o objetivo de apagar conteúdos que poderiam expor uma suposta relação entre o jovem e um político.
A saída de Alcides do PL acontece em meio a uma crescente tensão política dentro do partido. Fontes ligadas à legenda revelaram que a cúpula, incluindo Jair Bolsonaro, demonstrou preocupação com o impacto das investigações na imagem do partido. O episódio também gerou especulações sobre os próximos passos do parlamentar, que agora está sem partido, mas deve buscar uma nova sigla para viabilizar sua candidatura à reeleição em 2026.