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Vanderlan somou pouco para o PSD, diz Vilmar Rocha

Baixo desempenho em 2024 e falta de fortalecimento do partido forçam reestruturação para buscar protagonismo nas eleições de 2026


Lucas de Godoi Por Lucas de Godoi em 30/03/2025 - 08:32

VILMAR ROCHA 2 - Sérgio Rocha
 Fundador destaca necessidade de reorganização do partido para fortalecer base para eleições de 2026 (Foto: Sérgio Rocha)

Fundador do PSD em Goiás, o ex-deputado Vilmar Rocha não esconde frustração com a atuação do senador Vanderlan Cardoso na condução do partido, depois de sucedê-lo na presidência estadual, em 2023. Ele afirma que o correligionário teve desempenho aquém do esperado na construção política da legenda e que, agora, o partido precisa se reorganizar para chegar competitivo no ano que vem.

“Quando convidei ele para vir para o PSD, e como ele tinha mandato, o objetivo era que ele ajudasse a fortalecer e a trazer quadros para o partido. Mas isso não aconteceu. Em termos meramente partidários, ele somou muito pouco com o PSD”, alfinetou Vilmar.

Apesar da crítica, o ex-deputado ameniza quando questionado sobre a relação pessoal com o senador. “Está bem, de diálogo normal, sem problema nenhum”, diz. A declaração vem no rastro da derrota de Vanderlan na eleição para a Prefeitura de Goiânia em 2024, que, segundo o líder do PSD, deixou a sigla fragilizada para 2026. “O partido não foi bem na eleição municipal e isso tem que ser analisado, e por via de consequência temos que discutir uma nova reestruturação”, pontua Vilmar.

Entre as alternativas discutidas nos bastidores, Rocha admite que uma das estratégias pode passar pela candidatura do ex-deputado federal Francisco Júnior, presidente da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Goiás (Codego), na chapa estadual, para fortalecer a disputa local.

Outra prioridade do PSD é garantir espaço na chapa majoritária, provavelmente ao lado do grupo governista, com uma indicação ao Senado. “O partido tem que lutar para ter alguém na chapa majoritária. Desde que o PSD foi fundado, em 2011, sempre estivemos disputando na chapa majoritária, e é fundamental que isso se mantenha”, pontua Vilmar.

A construção desse protagonismo exige construção política, tanto no nível municipal quanto estadual. Isso passa por atrair novos quadros, montar chapas competitivas para deputado estadual e federal e, sobretudo, definir seu rumo dentro da política goiana.

“Precisamos decidir de que lado vamos estar. Se teremos candidatura própria ou se vamos compor. Hoje, o nome natural para o governo seria Daniel Vilela. Então, vamos reivindicar espaço, seja para senador ou vice. A vaga ao Senado me parece a mais viável”, considera sob a ótica das múltiplas candidaturas, como ocorreu em 2022.

Brasília

Para a Câmara Federal, a prioridade é dar condições de reeleição a Ismael Alexandrino, detentor do único mandato da sigla goiana, assim como atrair novos quadros. Questionado sobre convite à deputada federal Flávia Morais, hoje no PDT, Vilmar Rocha não esconde o entusiasmo: “Seria um belo quadro para vir para o PSD”, aposta.

“A gente sabe que a Flávia parece que pensa em sair do PDT. Esses dias, falei com ela e ela queria falar comigo. Ficamos de marcar e não marcamos ainda, mas vou marcar essa conversa com ela para a gente fazer uma avaliação do cenário a nível nacional e estadual.”, relata.

Sobre a recente disputa pela coordenação da bancada federal, em que colocou o atual presidente estadual do partido, Vanderlan Cardoso, de lado contrário à articulação de Flávia, Vilmar diz que não acompanhou em detalhes e que a deputada é experiente e faz um bom trabalho. “Não conheço os bastidores, mas não foi legal, o grupo é pequeno”.

 Candidaturas de Daniel é natural e de Caiado beneficia Goiás

Com o PSD na base de apoio do Governo de Goiás, o ex-deputado federal Vilmar Rocha defendeu que o partido esteja no projeto do vice-governador Daniel Vilela (MDB) como candidato ao governo de Goiás nas eleições de 2026. Segundo ele, Vilela é um nome preparado para a disputa e que a sigla deve buscar uma aliança com ele.

“Hoje, pode ser que isso mude, porque a política é dinâmica, mas eu defendo que o PSD deve apoiar e fazer aliança com Daniel Vilela como candidato a governador. Ele é um quadro novo. Embora novo, já tem experiência política, está agora entrando, conhecendo e analisando a realidade administrativa do Estado. Ele está se preparando. Então, é um candidato bom, preparado”, disse.

Vilmar Rocha destacou que as articulações políticas ainda estão em andamento e que a decisão final dependerá de negociações e entendimento entre as lideranças. “Isso depende de conversas, de entendimentos e de uma série de fatores que vão ocorrer até 4 de abril. Esse período é para isso, mas eu tenho um bom diálogo com ele e vejo ele com bons olhos como candidato a governador”, afirmou.

Já sobre o voo presidencial do governador Ronaldo Caiado (UB), ele lembra que o PSD avalia lançar a candidatura do governador do Paraná, Ratinho Junior, mas que diverge da legenda e chancela apoio pessoal a Caiado.

Apesar de considerar viável a candidatura presidencial de Caiado, que enfrenta resistências dentro do União Brasil, destaca os desafios de um estado com eleitorado menor. “Ele vai conseguir ser candidato, seja pela União Brasil ou outro partido. Agora, a viabilidade de uma eleição está distante e depende de muitas coisas e não é fácil. Goiás tem cinco milhões de eleitores, enquanto São Paulo tem quase 35 milhões. O peso eleitoral é pequeno, mas é um desafio. Não é fácil, mas acho que vale a candidatura”, sublinha.

“Segunda coisa, a candidatura do Ronaldo Caiado é boa para Goiás, porque coloca o nome e o estado na agenda nacional, na agenda política nacional. O governador de Goiás sendo candidato, ele vai ter uma oportunidade em muitos fóruns para falar em nome de Goiás, mostrar o que está sendo feito aqui, de defender o estado, então é bom pra Goiás e é por isso que eu apoio a candidatura dele.”, conclui.

Instado a dar nota para o governo do presidente Lula, Vilmar é enfático: “Nota 4. O governo não está bem, o Lula é um cara habilidoso, esperto, entre aspas ‘politicamente malandro’, não está bem o governo. Eu tenho dúvida se ele vai ser candidato, mas torço para que a gente saia dessa polarização”.

Sobre possível candidatura de Jair Bolsonaro (PL), tornado inelegível, ele também descarta e menciona como nome mais forte para representar o segmento o do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). “Vou lutar para que na eleição de 2026 tenha um candidato que não seja nem bolsonarista e nem lulista. É verdade que a terceira via seja difícil e pode não acontecer, mas às vezes pode acontecer”.

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