A votação teve resistência da vereadora Aava Santiago (PSDB), que fez questão de destacar seu voto contrário. No discurso, Aava Santiago enfatizou que, apesar do respeito ao proponente da matéria, não via nenhuma contribuição relevante de Michele Bolsonaro para a cidade de Goiânia.
“Em uma de suas vindas a Goiânia, ela mentiu descaradamente sobre a situação das crianças vulneráveis e usou a fé para fazer proselitismo eleitoral. Isso é inaceitável”, afirmou Aava, complementando que não aceitava que “pessoas que se julgam donas da nossa fé sejam idolatradas através da profissão política”. Ao final de seu pronunciamento, Aava Santiago fez um apelo para que Michele Bolsonaro não retornasse à cidade.
Outro vereador que se posicionou contra a concessão do título foi Fabrício Rosa (PT). Para ele, a concessão do título poderia ser vista como uma tentativa de oportunismo político. “Não vejo nenhum vínculo efetivo de Michele Bolsonaro com Goiânia ou com a população goianiense. Conceder essa honraria a alguém sem contribuições concretas para a cidade pode acabar esvaziando o sentido da comenda”, declarou Fabrício.
Apesar dos votos contrários, a proposta foi aprovada com o apoio de 25 vereadores, incluindo o presidente da Câmara, Romário Policarpo (PRD), que endossou a aprovação do título. “É apresentação de um vereador e se ele entende a relevância, tenho que confiar no meu companheiro de Câmara que apresenta o projeto”, disse Policarpo.
Tião Peixoto (PSDB) também defendeu a aprovação, destacando a atuação de Michele Bolsonaro como uma grande primeira-dama e apelando para que os colegas votassem favoravelmente.
O vereador Anselmo Pereira defendeu que a Casa se una à estas proposições. “Quem dá a honorabilidade é responsável por ela. Eu vou votar a favor, uma vez dei para o Sarney, tive esse problema, mas fui lá em Brasília e entreguei o título para ele como presidente da República. Então quero dizer à V. Ex. que esse também é um exercício do Parlamento”.