O vereador Sargento Novandir (MDB) detalhou 24 passagens pela polícia do procurador-geral da Câmara Municipal de Goiânia, Kowalsky Ribeiro, nesta quinta-feira (8). Vestido de colete balístico, Novandir pediu a demissão do servidor e denunciou que ele porta uma pistola carregada na Casa Legislativa. Novandir também já assumiu andar armado na Casa.
Durante pronunciamento na tribuna, nesta quinta-feira (8), o parlamentar exibiu imagens de uma discussão entre o procurador-geral e seu chefe de gabinete, Sérgio Dorneles, no estacionamento da Câmara. O vídeo mostra Kowalsky descendo de uma caminhonete e fazendo gestos agressivos, supostamente com a mão na arma, enquanto se dirige ao servidor.
Segundo Novandir, o procurador teria ameaçado matar seu assessor com um tiro no rosto. “A sorte do Kowalsky foi que eu tinha saído daquele local um minuto antes. Se eu vejo ele tentando matar o meu chefe de gabinete, eu ou ele teria tombado naquele estacionamento. Não tenho 1% de dúvida”, afirmou o vereador, visivelmente exaltado.
Ainda de acordo com o parlamentar, nem todas as câmeras de segurança da Casa registraram claramente o momento da suposta ameaça com arma de fogo. “Coincidentemente, a câmera que podia provar não funciona. Mas todas as outras estão operando normalmente”, ironizou.
Ocorrências
Em tom grave, Novandir exibiu uma lista de 24 ocorrências policiais atribuídas a Kowalsky Ribeiro. Entre os registros estão duas acusações de estupro, além de denúncias por calúnia, difamação, peculato, lesão corporal, injúria, ameaça e dano ao patrimônio.
“Quero dar um conselho às mulheres da Câmara Municipal de Goiânia – e talvez também aos homens: cuidado ao passar na porta dele. Ele tem duas passagens por estupro. Cuidado nos corredores. Isso é muito sério”, alertou.
Ao final do discurso, o vereador deixou claro que considera a permanência de Kowalsky no cargo inaceitável. “É inadmissível que um servidor com esse histórico continue ocupando uma função de tamanha responsabilidade dentro da Câmara Municipal”, concluiu.
Até o momento, a presidência da Casa Legislativa não se pronunciou oficialmente sobre os fatos.
Procurador reage
Em petição protocolada nesta semana, Kowalsky Ribeiro acusa o parlamentar de promover ameaças, coação e pressão psicológica contra ele e solicita medidas protetivas de urgência.
Segundo o documento, o procurador afirma que seu porte de arma, regularizado junto à Polícia Federal, foi concedido justamente por conta de ameaças sofridas no exercício da função pública.
No texto, ele descreve Novandir como um “cidadão belicoso” e alega que o vereador, com o apoio de seus assessores parlamentares, estaria promovendo um ambiente hostil dentro do Legislativo.
A petição ainda lista possíveis crimes, entre eles ameaça, abuso de autoridade, coação no curso do processo e associação criminosa. O procurador nega ter empunhado arma ou adotado qualquer conduta intimidatória no episódio denunciado por Novandir e afirma dispor de imagens que sustentariam sua versão.
Em nota, classificou as acusações como “infundadas” e sustentou que estaria sendo alvo de tentativa de desmoralização em razão de sua atuação técnica.