Primeiro caso em granja comercial leva à suspensão internacional
A confirmação do primeiro caso de gripe aviária (H5N1) em uma granja comercial brasileira, localizada no município de Montenegro (RS), levou a China e a União Europeia a suspenderem por 60 dias a importação de carne de frango e outros produtos avícolas do Brasil. A medida segue protocolos sanitários firmados com os dois blocos econômicos.
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, informou que o governo brasileiro já negocia com os chineses a flexibilização do protocolo atual, para que, assim como em acordos com Emirados Árabes, Reino Unido e Japão, o embargo possa ser limitado à região afetada, e não ao país inteiro.
O vírus não é transmitido por meio do consumo de carne ou ovos e o risco de infecção humana é baixo, restrito a pessoas com contato direto com aves contaminadas.
Goiás intensifica ações para prevenir entrada da doença
Mesmo sem nenhum registro da doença, Goiás tem atuado preventivamente para manter o status sanitário do estado. Por meio da Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), o governo estadual já executa ações estratégicas que incluem:
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Vigilância ativa em criações comerciais e de subsistência;
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Monitoramento de aves silvestres e migratórias;
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Capacitação de servidores e equipes de campo;
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Campanhas educativas com orientação a produtores e veterinários;
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Fiscalização de estabelecimentos que comercializam aves vivas;
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Reforço nas medidas de biosseguridade exigidas em granjas;
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Plano de contingência atualizado para resposta rápida em caso de foco da doença.
O diretor de Defesa Agropecuária, Rafael Vieira, afirma que “o trabalho da Agrodefesa tem sido contínuo. Estamos em estado de alerta desde 2023, com equipes mobilizadas e medidas preventivas em curso. Goiás está preparado para proteger seu plantel avícola e sua população.”
Novo decreto estadual de emergência será publicado
Com a prorrogação da emergência zoossanitária nacional por mais 180 dias, o Governo de Goiás prepara a publicação de um novo decreto estadual que permitirá mais agilidade na atuação e na mobilização de recursos, caso o vírus seja detectado no Estado de Goiás.
“O Estado manteve ações mesmo fora da vigência do decreto anterior, que se encerrou em janeiro de 2024. Agora vamos intensificar esse trabalho com a nova normativa”, afirma o presidente da Agrodefesa, José Ricardo Caixeta Ramos.
Avicultura goiana tem papel estratégico no Brasil
Goiás é o 4º maior produtor de aves do Brasil, com polos importantes em Itaberaí e Rio Verde. O setor gera mais de 240 mil empregos diretos e representa uma das principais cadeias produtivas do estado.
Segundo Ramos, a manutenção do status livre da gripe aviária “reforça a imagem de confiança da avicultura goiana e brasileira no cenário internacional”.
População também deve ficar atenta
A Agrodefesa orienta que todos os cidadãos, não apenas produtores, fiquem atentos aos sinais da doença em aves:
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Tosse, espirros e muco nasal
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Hematomas nas pernas e músculos
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Inchaço na crista e barbela
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Falta de coordenação motora
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Queda na produção de ovos ou alteração nas cascas
Em caso de suspeita, a notificação pode ser feita via sistema e-Sisbravet (disponível no site da Agrodefesa) ou pelo WhatsApp (62) 98164-1128.
A gerente de Sanidade Animal da Agência, Denise Toledo, lembra que o vírus pode chegar ao país por aves migratórias e reforça: “não há risco no consumo de carne ou ovos devidamente inspecionados.