O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, apresentou os principais pontos do Agora Tem Especialistas, novo programa do Governo Federal voltado à redução do tempo de espera por consultas, exames e cirurgias no Sistema Único de Saúde (SUS). A iniciativa prevê a ampliação da oferta de atendimentos especializados em seis áreas prioritárias: oncologia, ginecologia, cardiologia, ortopedia, oftalmologia e otorrinolaringologia. “É para enfrentar essa situação, reduzir esse tempo de espera, que lançamos o Agora Tem Especialistas”, afirmou Padilha. “É um sonho do presidente Lula que a população consiga atendimento mais rápido.”
Segundo o ministro, o programa utilizará a estrutura tanto da rede pública quanto da rede privada para aumentar em até 30% a capacidade de atendimento em policlínicas, ambulatórios, UPAs e salas cirúrgicas. Padilha destacou que o diagnóstico precoce do câncer é um dos focos centrais do programa. A meta é garantir que casos suspeitos sejam confirmados em até 30 dias e o tratamento iniciado no prazo máximo de outros 30 dias.
Para isso, serão instalados 121 novos aceleradores lineares em todo o país, dentro do Plano de Expansão da Radioterapia no SUS. O investimento é de R$ 400 milhões e o edital de chamamento para selecionar hospitais públicos e filantrópicos será lançado em 14 de julho. “No câncer, tempo é vida”, afirmou o ministro. “Vamos fazer a maior expansão de equipamentos de radioterapia da história.”
Hospitais trocarão dívidas por atendimentos no SUS
Uma das novidades anunciadas por Padilha é a possibilidade de hospitais privados, filantrópicos e operadoras de planos de saúde quitarem dívidas com a União por meio da realização de exames, consultas e cirurgias para pacientes do SUS. A medida deve ampliar significativamente a capacidade da rede. O programa abrirá crédito de até R$ 2 bilhões por ano, que será convertido diretamente em serviços, sem repasse financeiro aos hospitais. Os atendimentos poderão começar já em agosto. “Vamos transformar dívidas antigas em atendimento de verdade para quem está esperando no SUS”, declarou.
A iniciativa também contará com monitoramento nacional e distribuição regional de recursos, para garantir que todas as regiões do país sejam contempladas, não apenas os grandes centros do Sudeste.
Entre as ações para acelerar o acesso, o programa inclui a ampliação do uso da telessaúde, com atendimentos e laudos a distância. Unidades móveis com equipamentos de diagnóstico também percorrerão regiões com menos acesso à rede de saúde. Além disso, o programa prevê um investimento histórico de R$ 300 milhões anuais voltado à saúde da mulher. Com a nova Oferta de Cuidados Integrados (OCI) em ginecologia, cerca de 95 milhões de mulheres em idade fértil serão beneficiadas com exames, consultas e cirurgias no tempo adequado. “É uma prioridade absoluta do Ministério da Saúde tudo que envolve a saúde da mulher”, afirmou Padilha.
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