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A graça dos ganhadores da eleição


Vassil Oliveira Por Vassil Oliveira em 12/10/2024 - 06:00

A troca de farpas entre vencedores e derrotados nas eleições é parte do espetáculo político.
A troca de farpas entre vencedores e derrotados nas eleições é parte do espetáculo político. Foto: Canva

O mais engraçado nas vitórias e nas derrotas são as trocas de farpas de lado a lado. Quem está pilhado, enxerga provocação até em vírgula. Um êxtase militante. E tem o recibo.

Não adianta falar que o que parece, não é. Vira recibo passado. Quem ganhou se sente no direito de tripudiar. Quem perdeu quer descontar a raiva na alegria alheia.

Faz parte do show a reação dos braçais entupidos de paixão eleitoral. Porque não tratamos apenas de paixão política quando tratamos de paixão política. Tratamos de gente sendo gente.

Vale a comemoração do vencedor. Vale a tristeza do derrotado. Não vale tudo, mas por alguns momentos vemos que isso chega a ser deixado de lado em nome de Deus e do diabo. Tudo vale a pena.

É preciso aproveitar o momento. Ele pode não se repetir. Ou pode, mas em condições diferentes, quem sabe com um e outro ocupando papel por sua vez bem diferentão. Eterno retorno.

E o instante vivido inclui todo tipo de reação. Altiva, miúda, de estadista, de piadista. Em tudo há sentido. E há a medida do homem – e da mulher. A régua é de quem se mede.

Mas eu não falei sobre passar recibo ainda. Então. Passa recibo quem escreve. E passa também que lê. Paixão é paixão. Gente é só gente. O bom é isso: não fazer nada com nada, e mesmo assim ver como tudo se revela.

Tipo: não falei com você, mas você caiu. Ganhou no coração; perdeu na razão.

Vassil Oliveira

Jornalista. Escritor. Consultor político e de comunicação. Foi diretor de Redação na Tribuna do Planalto, editor de política em O Popular, apresentador e comentarista na Rádio Sagres 730 e presidente da agência Brasil Central (ABC), do governo de Goiás. Comandou a Comunicação Pública de Goiânia (GO) e de Campo Grande (MS).