Antes mesmo da posse, o prefeito eleito de Goiânia, Sandro Mabel (UB) já dá credenciais de como será sua atuação a partir do momento que assumir a principal cadeira do Paço Municipal. O próprio já brinca que assumiu o cargo 35 dias antes do prazo, especialmente diante da grave crise na saúde pública da capital que enfrenta falta de leitos de UTI e forçou com que Mabel saísse da zona de conforto típica de uma transição e assumisse o protagonismo na busca por soluções.
Nesta semana, ele anunciou a abertura de novos leitos, com 10 já confirmados na Santa Casa de Misericórdia a partir da próxima segunda-feira (2). São mais 20 leitos previstos no Hospital Ruy Azeredo nos próximos dias, totalizando 30 vagas que podem ser ampliadas para 40 no início do próximo ano. “As pessoas não podem esperar. É uma questão de vida ou morte, literalmente. Estamos correndo contra o tempo”, destacou Mabel à coluna.
Essa pressa não é à toa. Mabel tem se reunido com autoridades estaduais, municipais e gestores hospitalares para encontrar uma saída, mostrando que não pretende ser um mero espectador durante a transição. Ele sabe que os problemas não vão esperar até janeiro e, por isso, decidiu agir desde já. “Não tem como cruzar os braços. Cada dia que passa é mais uma pessoa na fila, mais uma família sofrendo. Não vou deixar que isso continue sem fazer algo”, avalia. Para isso, um gabinete de crise que vai monitorar a situação diariamente dentro dos próximos 90 dias. Ainda mais num contexto em que Wilson Pollara, agora ex-secretário de Saúde foi mandado para trás das grades.
Enquanto atua na saúde, Mabel também movimenta os bastidores políticos de Goiânia. Uma de suas principais articulações é o apoio à reeleição de Romário Policarpo como presidente da Câmara Municipal. Policarpo, que já conta com forte base entre os vereadores, deve garantir sua recondução ao cargo com o aval do prefeito eleito, fortalecendo a relação entre o Executivo e o Legislativo.
Essa aproximação também tem permitido a Mabel desengavetar projetos que ficaram estagnados na gestão anterior. Um dos temas mais controversos é a revisão da taxa do lixo, que enfrenta resistência de parte da população, mas é considerada essencial para equilibrar as contas públicas. “Estamos discutindo soluções viáveis, mas o diálogo com a Câmara será determinante para avançarmos em questões delicadas como essa”, afirmou.