O tribunal do júri do Rio de Janeiro condenou, nesta quinta-feira (31), os responsáveis pela morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Ronnie Lessa, autor dos disparos, foi sentenciado a 78 anos, 9 meses e 30 dias de prisão, enquanto Élcio Queiroz, acusado de dirigir o veículo utilizado no crime, recebeu uma pena de 59 anos, 8 meses e 10 dias. Ambos deverão cumprir pena em regime fechado e pagar multas determinadas pelo tribunal.
Além das sentenças de prisão, os réus foram condenados a indenizar as famílias das vítimas em R$ 706 mil. Os beneficiários incluem Arthur e Ágatha (filho e esposa de Anderson), Luiara (filha de Marielle), Mônica (viúva de Marielle) e Marinete (mãe de Marielle). Também ficou estipulado o pagamento de uma pensão para o filho de Anderson até ele completar 24 anos. Os pedidos de recorrer em liberdade foram negados.
Durante o julgamento, que começou na quarta-feira (30), a juíza Lucia Glioche, do 4º Tribunal do Júri, enfatizou que a sentença visa responsabilizar os acusados e desestimular ações semelhantes na cidade. Os debates entre a defesa e o Ministério Público trouxeram questões emocionantes, com o promotor Fábio Vieira chamando Lessa e Queiroz de “sociopatas” e destacando a falta de empatia demonstrada pelos réus.
O julgamento também contou com os argumentos da defesa, que tentou reduzir a responsabilidade de Élcio, alegando que ele apenas dirigia o veículo e desconhecia a extensão do crime. Já o advogado de Lessa pediu uma sentença “justa”, questionando a motivação do crime.
Quanto aos mandantes do assassinato, o caso segue em investigação no Supremo Tribunal Federal (STF). Os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão são acusados de ordenar o crime para proteger interesses particulares, incluindo nomeações e regularização de loteamentos na zona oeste do Rio.