Expectativas foram criadas sobre um grande evento para marcar a volta de Gustavo Mendanha ao MDB, em 2023, com direito à presença do cacique Michel Temer. Mas, entre um adiamento e outro, o ex-futuro-emedebista chega a 2024 comparando o retorno ao partido com a cena de um casal que torna a morar junto depois da separação.
O sim que Gustavo aguardava como resposta da justiça eleitoral autorizando uma candidatura a prefeito de Goiânia também não é mais o mesmo. O otimismo baixou a fervura e o ex-prefeito de Aparecida de Goiânia admite uma morna esperança. A ponto de cogitar a esposa, Mayara Mendanha, como vice da chapa de dois possíveis candidatos na capital — deixando bem claro que não é uma condição imposta, pois sequer teria o aval de Mayara.
Gustavo, que neste fim de semana inicia um curto período de descanso em família, não demonstra cansaço no trabalho de bastidor. Em Aparecida, está empenhado em construir a chapa de vereadores do União Brasil, uma ajuda que, segundo ele, já estava acertada com o governador Ronaldo Caiado desde o ano passado.
A conjuntura, porém, despertou no entorno político de Mendanha a seguinte tese: Gustavo vai para o União Brasil, não mais o MDB, já pensando na posição que poderá ocupar na chapa governista em 2026. Para espantar as especulações, ele e Daniel Vilela acertaram na quinta-feira que, tão logo Gustavo volte, assim que houver disponibilidade de agenda, os dois vão a Brasília formalizar de uma vez por todas essa relação “amigada”, deixando a festa para depois, como aqueles noivos que optam pelo casamento civil tendo como plateia apenas as testemunhas.
Voz do povo
Para montar o plano de governo da deputada federal Adriana Accorsi (PT), o ex-reitor da UFG Edward Madureira prepara uma série de reuniões, começando no dia 22, em diferentes regiões da cidade. A ação compõe a estratégia de mostrar que a pré-candidata conhece os problemas de Goiânia por inteiro.
Marta Presente
Adriana Accorsi não faz coro com críticos à filiação de Marta Suplicy ao PT, partido que deixou em 2015 chamando-o de “protagonista de um dos maiores escândalos de corrupção que a nação brasileira já experimentou”. Ela aproxima a situação da ex-prefeita de São Paulo à do ex-prefeito de Goiânia, Darci Accorsi.
Miniflashback
“Nós temos uma tradição democrática muito grande e isso faz parte, aconteceu com meu pai, por discordância com Pedro Wilson. Depois, voltou convidado pelo próprio Pedro”, diz Adriana, citando a saída de Darci do PT, em setembro de 1997, ocasionada por desavenças na disputa pelo comando do diretório municipal.
Frente fria
Apesar do “excelente relacionamento” da entidade com a pré-candidata petista, o presidente da Fecomércio-GO, Marcelo Baiocchi, recusou o convite de Adriana para ser vice em uma chapa de frente ampla que considera, por exemplo, o setor produtivo. “A Fecomércio não faz política partidária.” O dirigente, que já deu demonstrações públicas de apoio a Bolsonaro, acredita que esquerda e direita estão muito bem demarcadas no país e, “com certeza, as eleições na maioria dos municípios do Brasil vão acontecer repetindo a polarização nacional”.
Goiânia acessível
Na reunião com a executiva estadual do PSDB, ficou definido para março o anúncio da pré-candidatura de Matheus Ribeiro. Até lá, o jornalista tem a missão de formar um núcleo de inclusão no partido. A acessibilidade é um dos aspectos que ele pretende discutir na campanha para prefeito da capital.
Eu avisei
De um político da base de Rogério Cruz, na semana em que Caiado falou da escolha de um nome para Goiânia “voltar a crescer”: “Rogério apostou em vários momentos no apoio do governador, que, ao que tudo indica, terá candidato próprio.”
É para…
O aliado puxa a orelha: “Rogério esqueceu de fazer o dever de casa. Atropelou as etapas, antecipou o debate eleitoral no ano passado. Com esse perfil, acho difícil reverter.”
…o seu bem
Para ele, continuando o raciocínio, nem tudo está perdido acerca do projeto de reeleição: “Tempo dá, mas ele teria que ser mais disciplinado. Tem seis meses que trouxe um supermarqueteiro (Jorcelino Braga) para a campanha e já o dispensou. Nessa leva, perdeu um dos partidos da sua base de sustentação. Então, se continuar a agir assim, vejo com dificuldade.”
Rio revolto
O deputado estadual Karlos Cabral (PSB) está trabalhando para concorrer à Prefeitura de Rio Verde. Do lado de fora, o pré-candidato terá que lidar com as ameaças decorrentes do acirramento com os adversários. Já internamente, está em pauta o nível de disposição de aliados para abraçar um projeto próprio liderado por Karlos.
A dúvida
Um dos quadros do PSB local nega que tenha sido chamado para debater o projeto de candidatura do deputado para a cidade. “Eu não sei se ele nos quer no partido”, devolve a bola.
Sem sinal
Membros do PT de Rio Verde estariam dispostos a declarar apoio ao pré-candidato do PSB, só que aguardam que o primeiro passo seja dado pela parte interessada em recebê-lo. Isto é, se houver interesse.
PL de Lissauer
À direita, o candidato do PL em Rio Verde, Lissauer Vieira, está se movimentando para a montagem de chapa de vereadores com o objetivo de atrair até seis partidos. O ex-deputado estadual não tem perspectiva de diálogo com o grupo de Paulo do Vale (e do governador Ronaldo Caiado, de quem Lissauer está afastado há algum tempo) e aposta na sintonia com o setor produtivo em geral.