A prematuridade é tema de audiência pública na Câmara dos Deputados hoje, na Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família. O debate com representantes do Ministério da Saúde (MS) e da Associação Brasileira de Pais, Familiares, Amigos e Cuidadores de Bebês Prematuros (Prematuridade.com) foi sugerido pelo deputado federal Dr. Zacharias Calil (União), membro da comissão e cirurgião pediátrico.
A ação, segundo o autor, faz parte da conscientização sobre a emergência silenciosa que é a prematuridade e que representa 15 milhões de partos em todo o mundo, 10% de todos os nascimentos do país (340 mil) e também representa a principal causa de mortalidade infantil antes dos 5 anos.
11% dos partos em Goiás
Em Goiás, segundo dados do Ministério da Saúde (MS), em 2021 11% dos partos em Goiás (9.756) foram prematuros, quando a mãe entra em trabalho de parto antes de completar 37 semanas (9 meses) de gravidez, desses, mais de 8 mil foram realizados entre a 28ª e a 36ª semanas de gestação.
O número ainda foi maior em 2022. O Estado partiu do 17º lugar para o 16º lugar no índice de partos prematuros, com 10.010 nascimentos com menos de 37 semanas de gestação.
A taxa de óbito, segundo dados da fundadora do Projeto Nacional Gestar com Trombofilia, Ludmilla Ferreira, é 62% nos casos de bebês prematuros, que nascem com restrição de crescimento intrauterino.
Os dados, segundo ela, são da prematuridade e trombofilia (condição para predisposição a eventos trombóticos, como pré-eclâmpsia, síndrome de helpe e descolamento prematuro da placenta.
A prematuridade, segundo Dr. Calil, interfere diretamente no sistema imunológico do recém-nascido, que apresenta capacidade reduzida de uma resposta imune efetiva contra agentes infecciosos. “Quanto mais prematuro, menos desenvolvido estará este sistema”, explica.
Por esse motivo, e para conscientização das mães durante o novembro roxo, mês de atenção à prematuridade, o médico sugeriu a realização da audiência. Para criar condições para que todos superem estes momentos considerados difíceis, instruir os familiares sobre o calendário de vacinação que é diferenciado e também para engajar a sociedade.
“É muito importante falar sobre a prematuridade. É um problema social grande que deixa a família distante, a mãe tem que ir ao Hospital todos os dias para tirar leite e uma série de fatores que dependem não só da gente”
Participantes
Participarão da audiência a presidente da Prematuridade.com, Denise Suguitani, a coordenadora-geral do programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, Thayssa Neiva da Fonseca, as médicas Claudia França, Lilian Sadeck, Paula Pires e a voluntária da Prematuridade.com Suellen Sátiro.