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CCJ adia votação de projeto que proíbe banheiros unissex em escolas de Goiânia

Vereadores tentam reverter posicionamento jurídico para aprovar proposta que proíbe banheiros de uso comum em escolas municipais


Lucas de Godoi Por Lucas de Godoi em 25/06/2025 - 09:59

IGOR FRANCO - Base aprova aumento de repasse da Saneago após votação controversa e tentativa da oposição de barrar projeto
Mesmo com parecer jurídico pela inconstitucionalidade, vereadores tentam reverter entendimento para aprovação (Foto: Divulgação0

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara Municipal de Goiânia adiou nesta terça-feira (25) a votação do Projeto de Lei nº 136/2025, de autoria do vereador Igor Franco (MDB), que propõe a proibição da implantação, adaptação e uso de banheiros de uso comum por pessoas de sexos biologicamente distintos em ambientes escolares da capital.

O adiamento ocorreu após a concessão de pedido de vistas feito pelo vereador Pedro Azulão Jr. (MDB), que busca alternativas para contornar o parecer jurídico da Casa que classificou a matéria como inconstitucional.

O projeto já recebeu parecer da Procuradoria da Câmara apontando que a proposta fere princípios constitucionais como o da não discriminação e o da livre iniciativa, além de abrir margem para exclusões e violações de direitos fundamentais. A relatora da matéria na CCJ, vereadora Rose Cruvinel, emitiu parecer pelo arquivamento do projeto.

Legalidade

Apesar dos obstáculos legais, parlamentares articulam a continuidade da tramitação da proposta. O vereador Willian Veloso (PL) apresentou voto em separado pela aprovação e defendeu a medida como uma resposta a demandas relacionadas à proteção de crianças no ambiente escolar.

“Vou apresentar um voto em separado pela aprovação do projeto,  que está dentro do escopo das nossas defesas. Pautamos a questão de gênero e, principalmente, com as nossas crianças em idade escolar”, declarou.

Articulação

Já Pedro Azulão Jr. justificou o pedido de vistas com o objetivo de buscar uma solução que possa adequar o projeto ao entendimento jurídico da Casa. “O líder do prefeito e meu amigo Igor, companheiro de bancada, me pediu para votar favorável, mas o parecer da procuradoria aponta inconstitucionalidade”, argumentou.

“Vou tentar ainda contribuir para ver se a gente traz o parecer favorável, para ficar mais fácil para todos nós e evitar veto futuramente”, explicou Azulão, assumindo o compromisso de devolver o projeto com posicionamento na próxima semana.

O autor da proposta e líder do prefeito na Câmara, Igor Franco, defendeu o projeto ao citar situações em que crianças de Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs) compartilham os mesmos banheiros. Para ele, a proposta busca resguardar a integridade e o bem-estar dos estudantes.

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