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Crer alerta sobre o impacto de fogos de artifício e música alta em autistas

Especialistas e familiares reforçam a necessidade de conscientização para minimizar o desconforto sensorial em pessoas com TEA durante festas.


Laiz Queiroz Por Laiz Queiroz em 23/12/2024 - 16:49

Foto: Juliana de Oliveira Saran/Crer

As festas de fim de ano são momentos de celebração para muitos, mas podem ser desafiadoras para pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Barulhos como fogos de artifício, música alta e sons intensos frequentemente causam desconforto extremo para quem possui hipersensibilidade auditiva, uma condição comum no espectro autista.

O impacto do barulho em pessoas com TEA

O Centro Estadual de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (Crer), unidade especializada no atendimento a pessoas com TEA, destaca os desafios que os estímulos sonoros representam para os autistas e seus familiares. De acordo com especialistas, a hipersensibilidade auditiva provoca reações como crises de choro, agitação e comportamentos autoagressivos.

Jackeline Karla Martins Bessa, terapeuta ocupacional do Crer, explica que sons considerados comuns pela maioria podem causar desregulação sensorial em pessoas com TEA. “Esses estímulos intensos tornam as comemorações difíceis, especialmente quando não há compreensão ou colaboração da comunidade”, alerta.

Estratégias e cuidados

Para minimizar os impactos, a terapeuta recomenda estratégias como o uso de abafadores de ruído, um ambiente sensorial acolhedor e o respeito aos limites individuais. “Pequenas mudanças, como evitar fogos de artifício e reduzir o volume de músicas, podem tornar as festas mais inclusivas para todos”, ressalta Jackeline.

Lorrany Buarque, mãe de Luiz Emanuel, de 5 anos, diagnosticado com autismo nível 3, reforça a importância da conscientização comunitária. “É preciso que vizinhos e amigos entendam os limites das pessoas com TEA. Meu filho sofre visivelmente com barulhos intensos e muitas vezes busca se esconder para escapar do desconforto”, desabafa.

A conscientização coletiva e a adoção de medidas simples são fundamentais para tornar as comemorações mais inclusivas e respeitosas às necessidades sensoriais das pessoas com TEA.

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