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É preciso gritar mais alto que Elon Musk

Todos os brasileiros precisam seguir as leis do País e obedecer ao que elas determinam


Vassil Oliveira Por Vassil Oliveira em 01/09/2024 - 08:10

Elon Musk, Alexandre de Moraes e o STF (Foto: Divulgação)

O cara entra na sua casa porque você é educado e o convida, e logo ele senta-se à mesa por conta própria, ocupa o sofá e passa a dizer como você deve ser e fazer da sua vida, inclusive criar seus filhos. E se você reage – opa!, alto lá, essa casa é minha, ponha-se para fora agora -, ele nem vacila, diz: você não esta respeitando a liberdade de expressão nem o de ficar, comer, defecar onde bem entende; no seu quarto, por exemplo.

É sobre isso o caso Elon Musk. Não estamos falando de STF ou Alexandre Moraes. A invasão de privacidade, dos direitos, da Constituição, não parte de quem a cumpre. Parte de quem não cumpre nada. Parte de quem se sente no direito de fazer o que quer no Brasil e o Brasil que se vire com o desrespeito às suas instituições, às suas leis, ao arbítrio de sua soberania.

Todos os brasileiros precisam seguir as leis do País e obedecer ao que elas determinam. Por que normalizar que alguém de fora entre aqui, se beneficie economicamente, e ainda tire sarro inconstitucional da nossa cara? De onde saem essas pessoas que acreditam que o vilão está em casa, e que aquele que chega sem nenhum compromisso com nossa vida é o herói da história?

Mais incrível que exista Elon Musk é saber que existam os que, no Brasil, o apoiam contra o Brasil que está de pé. Mais inimaginável é perceber que, em vez de resolver nossos problemas internos – como a discussão séria e firme sobre Justiça e falsos profetas da Constituição -, há quem glorifique quem quer simplesmente a ruína da nossa Nação. Que importa a Musk se o Brasil viverá, desde que colha o lítio, a alma e o lucro que calcula?

Não há que se comemorar uma guerra. Mas esta guerra é do nosso bem contra o mal que nos invade. É a luta pela nossa sobrevivência de fazer o certo, errar e consertar tudo ou parte. É a revolução moral dos que se importam com a nossa liberdade, e não a liberdade alheia, contra nossos interesses. A história é nossa, não pode ser escrita com tuítes de meias verdades, mentiras completas e estratégias comerciais a favor do inimigo.

Eu faria o mesmo que fazem os que estão colocando o peito à frente do indesejado. Eu teria a mesma disposição para o bom combate em favor de mim, da minha família e dos brasileiros. Não há política em meu gesto, a não ser a de quem preza pelos outros, não só por mim. Há humanidade. Há o cuidado. Há no meu tom um bom e sonoro vade retro, Satanás!, e nestas palavras, as rosas e as folhas que se erguem deste solo.

Elon Musk não é maior que você. Não é melhor que ninguém. Sua bandeira, aqui, não brota. E se for preciso ir mais fundo no que há de ser verdade, basta lembrar que a ninguém está permitido conduzir o X senão a ele próprio. No mundo dele, ninguém toca? Por que haveríamos de deixá-lo fazer de nosso chão, terra arrasada? As falácias do discurso que ele usa para agir são gritantes. Gritemos mais alto e em bom som.

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Vassil Oliveira

Jornalista. Escritor. Consultor político e de comunicação. Foi diretor de Redação na Tribuna do Planalto, editor de política em O Popular, apresentador e comentarista na Rádio Sagres 730 e presidente da agência Brasil Central (ABC), do governo de Goiás. Comandou a Comunicação Pública de Goiânia (GO) e de Campo Grande (MS).