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Entrevista | Delegado Waldir Soares: “Não confio mais no presidente, pois além de me trair, afastou-se do combate a corrupção”


Avatar Por Redação em 26/11/2019 - 00:00

|Click aqui e confira a entrevista em PDF - PÁG 6 e 7

Deputado federal mais bem votado em Goiás, o delegado Waldir Soares (PSL) enviou à presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Rosa Weber consulta se a desfiliação do partido pode ser efetivada mediante manifestação do filiado por outros meios, além do pedido escrito de desfiliação escrito ao partido, tais como: redes sociais, prática de atos que demonstrem vínculo do filiado a outro partido ou de interesse em criar outro partido e a respeito do Artigo 22-A da Lei nº 9.096/95. Ele dispõe que o detentor de cargo eletivo é passível de perder o mandato caso venha se desfiliar. O deputado quer saber do TSE se o termo “desfiliar” pode ser interpretado em cotejo com o que dispõe o Artigo 22 da mesma lei para fins de que a desfiliação também ocorra nos casos em que o filiado pratica atos que caracterizem nítida desfiliação, tais como: manifestação de desfiliação nos meios de comunicação, redes sociais, prática de atos que demonstrem vínculo filiado a outro partido ou de interesse em criar outro partido. Em entrevista ao Tribuna do Planalto, o deputado Delegado Waldir diz não confiar mais no presidente Bolsonaro, chama o novo partido do presidente de “ouro de tolo” e acredita que o ministro Sérgio Moro está sendo mantido em “banho maria” para perder sua força por causa de seu potencial eleitoral.

Tribuna do Planalto – O senhor fez uma consulta ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre desfiliar deputados que já manifestaram intenção de deixar o PSL em Goiás. Quantos seriam?

Delegado Waldir – Dois deputados estaduais. Manifestaram interesse em sair do PSL os deputados Paulo Trabalho e Delegado Humberto Teófilo.

Click aqui e confira a entrevista em PDF – PÁG 6 e 7

Como isso iria ocorrer? Eles perdem os mandatos? Quem são os suplentes?

Dependemos dessa consulta ao TSE. Essa é a pretensão (desfiliação), por Infidelidade Partidária, mas independente desta consulta, estamos instaurando processo no Conselho de Ética do PSL, que pode resultar da advertência a expulsão, em razão de atos públicos, na Assembleia Legislativa de Goiás, na imprensa e nas redes sociais, manifestando filiação a novo partido do presidente da República. Assumiriam a agente Kheite Amorim e o delegado Cristiomario, que são os suplentes. É preciso deixar claro que o mandato não é do parlamentar, é do PSL.

Alguns filiados que falaram publicamente que sairiam para o novo partido do presidente acabaram declinando ao tomarem conhecimento de que não poderiam disputar as eleições do próximo ano. Resolveram permanecer no PSL. Haverá perdão para estes ou também podem perder o mandato?

Houve um alvoroço para sair para o partido do presidente, mas eles não saem mesmo querendo sair porque não tem janela partidária. Não tem mais a confiança para disputar eleições. Esse filiado será penalizado. A convivência partidária pressupõe regras, como a vida familiar ou em qualquer trabalho, até na igreja.

Como o senhor avalia esse novo partido do Bolsonaro, o Aliança pelo Brasil?

Para quem será candidato em 2020, ouro de tolo, não existe a possibilidade de cria-lo até às eleições. O PSL defende CPI Fake News, Lavatoga, Moro, segunda instância, acesso do MP e polícia a dados do Coaf, Receita Federal, todas investigações de laranjas e rachadinhas, o que o Aliança é contra. Para o PSL, ideologicamente separamos a direita moderada, a qual eu pertenço, daquela extremista (volta do AI5, invasão do STF por um cabo e soldado, vídeo das hienas com figuras da OAB, STF, imprensa) do presidente da República.

“Houve um alvoroço para sair para o partido do presidente, mas eles não saem mesmo querendo sair porque não tem janela partidária. Não tem mais a confiança para disputar eleições”

Como está sua relação com o presidente Jair Bolsonaro e com os filhos dele?

Minha relação com o Presidente, depois das eleições foi apenas formal. Tive sempre bom relacionamento com o Eduardo. Ele era líder do partido no ano passado e me escolheu para substituí-lo, junto com demais parlamentares. Foi minha decisão que o levou a presidir a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (Creden) na Câmara dos Deputados. Quanto ao Carlos e Flávio não tive relacionamentos.

O senhor ainda confia no presidente e no governo dele?

Não confio mais no presidente, pois além de me trair, afastou-se do combate a corrupção, principal bandeira nossa. Inclusive, 4 meses atrás Moro ia ser demitido. A escolha de um PGR que não estava na lista enfraqueceu o MPF, a interferência na PF nas nomeações de superintendentes na mesma linha, mais fragilizar COAF e Receita Federal. Depois em 10 meses de Governo não ocorreu uma articulação para aprovar o pacote anticrime do Moro. Contrário do que ocorreu com a Reforma da Previdência, onde ele deu uma contrapartida com pagamento de emendas extraorçamentárias.

A tendência do PSL é se afastar cada vez mais do presidente?

O PSL continua defendendo pautas econômicas, tributárias, privatização, família, segurança, educação.

O senhor ainda acredita em Sérgio Moro?

Confio, é meu candidato a Presidente, lembrando que está sendo queimado, humilhado e “cozinhado em banho Maria”, enfraquecido pelo presidente em razão de seu potencial eleitoral.

O senhor disse que ele este prestes a deixar o Ministério da Justiça. Haverá uma minirreforma no governo?

Tenho ouvido falar da minirreforma apenas pela imprensa, mas existe uma pressão do Centrão para ocupar ministérios. Era aquilo que o presidente Jair Bolsonaro sempre disse que não iria fazer, mas já cedeu órgãos nos Estados e também cargos estratégicos nacionalmente, como no FNDE, Codevasp, Sudeco…

“O PSL continua defendendo pautas econômicas, tributárias, privatização, família, segurança, educação”

Quais os ministérios que estão na mira do Centrão?

Casa Civil, Educação, Saúde, Desenvolvimento Urbano e Minas e Energia.

Já apresentaram nomes?

Um nome que foi cogitado é do Alexandre Baldy.

Para qual ministério?

Não é possível saber ainda, mas um parente dele que comanda o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), indicado pelo Maia.

Quem será candidato a prefeito pelo PSL em Goiânia?

Em Goiânia, Major Araújo.

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