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Entrevista | “Quero que Goiânia entre no mapa do esporte do Brasil”


Avatar Por Redação em 08/09/2021 - 00:00

O esporte voltou a ser prioridade na Prefeitura de Goiânia com a recriação de uma pasta exclusiva da área e à frente dela está Álvaro Alexandre Camargo, ex-vereador que traz na bagagem uma vivência de 25 anos no esporte. Uma das primeiras ações do secretário foi criar uma diretoria de paradesporto e nestes sete meses Alexandre, mesmo sem dotação orçamentária, já realizou dezenas de torneios e projetos e levou a iniciação esportiva para três praças da capital. Seu objetivo é fomentar o esporte em todos os cantos da capital.

Tribuna do Planalto – A Prefeitura de Goiânia não tinha Secretaria de Esportes quando o prefeito Rogério Cruz (Republicanos) assumiu. Qual foi a proposta para a recriação da pasta?

Álvaro Alexandre – Foram mais de oito anos sem a Secretaria Municipal de Esportes e a proposta do prefeito era criar uma subsecretaria para a volta do esporte na nossa capital. E assim está sendo. Ele está dando muito apoio, participando de todos os eventos. É uma secretaria nova, começou, neste ano, tem dificuldades até de orçamento, porque não tinha dotação para 2021 e foi colocado um recurso básico, mas não tem dinheiro para estruturar todas as atividades que queremos. Mesmo assim, realizamos alguns eventos, ações nos parques que são da prefeitura, enfim, várias iniciativas estão acontecendo desde o retorno. Tem muito trabalho pela frente ainda, é só um começo, uma reconstrução do esporte da nossa capital.

A Câmara Municipal tem se mostrado sensível para o atendimento da população no que toca ao esporte?

Algumas emendas de vereadores são para o esporte. Quando eu era vereador, em 2019, coloquei 12 emendas para o setor e têm várias emendas de outros parlamentares para fomentar os projetos esportivos na nossa região e que estão sendo executadas. Com essas emendas, dá para iniciar um trabalho neste ano, mas para o ano que vem estamos articulando junto às Secretarias de Finanças e de Governo para conseguir orçamento para a pasta, e, assim, garantir uma estrutura maior e melhor para levar o esporte para todas as sete regiões de Goiânia.

Há algum convênio com o governo federal?

Temos convênio com o governo federal para algumas ações. Deve ser assinada, no mês de outubro, a autorização da licitação do velódromo (local destinado a corridas ciclísticas) de Goiânia. Os programas Segundo Tempo e Brincando com Esporte são dois outros convênios com o governo federal, que estão em fase de finalização. Temos um bom relacionamento com Brasília e eu e o prefeito Rogério conseguimos e estão sendo liberados R$ 1,4 milhão para projetos esportivos na nossa capital. O secretário Especial de Esportes, Marcelo Magalhães, e o secretário-adjunto, André Barbosa, são dois amigos no governo federal. Estamos vendo várias ações para trazer para cá. Tem também o projeto do Paradesporto e é possível que Goiânia seja a segunda capital agraciada com ele, depois do Rio de Janeiro. É um projeto que trabalha o autismo e o esporte.

Como funciona o programa Praças do Esporte?

As Praças dos Esportes e Cultura é um projeto antigo do governo federal. A do Residencial Buena Vista IV foi ativada. Não é só para atividade esportiva, é também cultural e tem a participação da Guarda Municipal e da Semas (Secretaria Municipal de Assistência Social). São várias secretarias atuando no mesmo local. Lá, tem quadra poliesportiva, pista de skate, campo de futebol, um anfiteatro para apresentações culturais, eventos esportivos, palestras. A PEC do Buena Vista já está funcionando, e em outubro devemos inaugurar a do Jardim Cerrado.

Tem previsão para expandir para outras regiões de Goiânia?

Estamos pensando em polos esportivos em todas as regiões. Eu pedi o mapa de Goiânia com as áreas destinadas ao esporte e estamos visitando cada uma delas, porque têm projetos que podemos implantar. Tem projeto de um minicentro olímpico lá no Vera Cruz, que tem um espaço fantástico, bem localizado, que dá para colocar quadra de futevôlei, de tênis, quadra poliesportiva coberta, piscina olímpica. A nossa ideia é ter um grande centro olímpico e levar pequenos polos para todas as regiões, onde possamos fomentar a iniciação esportiva, preparar a meninada lá e, se alguém se destacar, ir para um âmbito maior.

Qual a situação desses espaços destinados ao esporte? Estão sendo utilizados? São suficientes?

Não são suficientes e estão muito degradados em razão do tempo que não teve Secretaria de Esporte. Estavam abertos à população, mas não tinha coordenação. No Jardim das Aroeiras, no Residencial dos Aquários, no Parque Odilon Soares, no setor Faiçalville, a secretaria já está. Tem aula funcional ministrada por professor da pasta, de basquete, de vôlei e handebol.  Mas é muito pouco. Temos de ter outros espaços e vamos buscá-los para colocar em prática a atividade física.

Quais eventos a secretaria já realizou?

Agora em julho nós lançamos o Férias no Parque, um evento bacana, porque, apesar das aulas híbridas, em julho a meninada estava de férias. Vai ser realizado de novo, em dezembro. E durante as aulas vamos lançar o Esportes no Parque. Já está acontecendo, mas vamos fazer o lançamento oficial dele.

Um erro dos governos é sempre priorizar o futebol quando se fala em esportes. A secretaria tem se preocupado em diversificar o apoio a outras modalidades?

Eu gosto de futebol, mas aprecio todos os esportes e sempre atuei, embora não diretamente, ajudando todas as modalidades. Temos uma turma de atletas aqui em Goiânia que pratica outros esportes e precisa da ajuda do poder público para difundir mais essas atividades e crescer. Há quantos anos Goiânia não manda um atleta para as Olimpíadas? Na Paralimpíadas têm atletas da capital. Tem que fazer a base primeiro para ir crescendo.

Na capital há mais de 50 parques, todos com estrutura para receber algum tipo de atividade física. A secretaria tem projetos para esses parques?

Uma das preocupações do prefeito Rogério Cruz é essa: nós temos muitos parques e podemos fazer muitas atividades dentro dos parques. Mas não adianta ter os parques e material, temos de ter pessoas também.  No próximo ano, se não tiver concurso, vamos nos reunir com o prefeito e ver um processo seletivo para contratar professores para levar atividades para os parques. No próximo ano estaremos com essa estrutura para poder avançar nessa direção.

Além da Copa Master, quais os outros eventos realizados pela secretaria?

O de ciclismo, o de MMA, ligado à UFC, que contou com a presença do Minotauro. Em novembro, vamos trazer a Taça Brasil, que é o campeonato sul-americano de ciclismo. Ano que vem vamos fazer o Esporte nos Bairros. A gente escolhe uma rua, fecha no domingo e leva atividade esportiva para a criançada, para as pessoas da melhor idade.

Tem política pública para a iniciação esportiva, para incentivar as pessoas a praticar esportes?

Nos parques já temos atividades de iniciação esportiva. Estamos buscando montar estrutura para começar a iniciação esportiva nos bairros e queremos colocar professores nos bairros para justamente fazer a iniciação esportiva. Temos um projeto que o prefeito Rogério Cruz está analisando para o ano que vem, que é o Goiânia Esportes. Nossa ideia é levar a iniciação esportiva a todos os bairros de Goiânia, mas temos que fazer com o pé no chão. Não adianta querer fazer tudo de uma vez e fazer a coisa errada.

O senhor tem algum projeto político para o próximo ano?

Não sou candidato a deputado e quero trabalhar para o esporte.  Antes de ser vereador, eu queria ser secretário de esportes da capital, porque eu vivenciei muito esporte durante 25 anos na universidade; nós fizemos esporte e ajudamos os esportes e é muito gratificante. Como secretário do esporte, as pessoas chegarem e falarem: “Você já me ajudou no esporte.” O nosso carro chefe era o Universo Ajax, time de basquete que ficou anos em destaque no cenário nacional. Esse trabalho junto ao Universo Ajax me deu uma abertura muito grande nos outros esportes. Eu estou realizando um sonho.

Já dá para saber se o secretário poderá realizar o que o vereador Álvaro desejava para o esporte?

É possível. Temos que trabalhar muito, mas é possível. Se a gente estivesse em uma capital que não gostasse de esporte, mas as pessoas aqui adoram esporte. Estava faltando justamente isso, a gente provocar: temos espaço para você praticar esporte, está tudo organizado para você praticar esporte, a prefeitura está aqui, vai começar a fazer evento desportivo na nossa cidade. Eu tenho ideia de trazer grandes eventos esportivos para Goiânia, a exemplo do STU (Skate Total Urbe). Eu quero que Goiânia entre no mapa do esporte no Brasil e vamos trabalhar diuturnamente para isso.

Como está o atendimento aos vereadores na área de esportes?

Eu já estive na Câmara e sei como funciona. A população procura o vereador e o vereador precisa procurar a gente. Como eu tenho muito boa relação, não só com os vereadores remanescentes, como também com os novos parlamentares, eu procuro olhar todas as demandas que chegam e correr atrás de todas. Eu procuro os secretários parceiros e na maioria das vezes tenho sido atendido. Não conseguimos atender 100%, mas a maioria das solicitações estamos correndo atrás. Às vezes até uma visita. Há poucos dias, por exemplo, recebi um vereador que queria que eu visitasse o projeto dele. Vou lá. Marquei segunda-feira para visitar o projeto e o que a secretaria puder ajudar em boas iniciativas, faremos. Tem projetos que não cabem ao poder público entrar como parceiro ou ajudar, mas tem muitas iniciativas interessantes; gente que trabalha projetos há 30, 20, 15 anos e que com um apoio ou uma ajuda desenvolve muito mais. A maioria é voltada para as crianças, como esse que eu vou visitar na segunda-feira.

A gestão dá liberdade à pasta para atender aos vereadores?

O prefeito Rogério Cruz me deixou muito à vontade na Secretaria dos Esportes. Um dos legados dele serão os campos sintéticos. O prefeito quer deixar gramados sintéticos esparramados por toda Goiânia. Tem gente que ao invés do campo sintético prefere um terrão. Eu já fui visitar alguns espaços que estão aptos a colocar o gramado sintético, mas falaram que querem o terrão. Continua com o terrão, não tem nenhum problema. O paradesporto também vai ter um trabalho muito grande aqui. Já estamos com bons projetos, fazendo essa ponte com Brasília, inclusive visitando um projeto do Sul para trazer para Goiânia, esse do autista. Na secretaria, todo evento esportivo terá o paradesporto junto, sempre. A secretaria vai fazer, agora em setembro, um torneio de futsal e vamos realizar um torneio de futsal para cegos ou para pessoas com outra deficiência.

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