Era uma vez oposição: Rafael Lara tira ouro do nariz, a caminho da reeleição na OAB-GO

Todo mundo focado nas eleições municipais e a eleição na OAB-GO, que acontece em novembro, passando quase desapercebida. Estratégia bem sucedida do atual presidente, Rafael Lara. Ele vai para a reeleição e está do jeito que Caiado ficou na disputa passada: sem oposição sue valha o nome.

Pode-se dizer, inclusive, que com ele um ciclo será encerrado na entidade. O da renhida rivalidade entre a OAF Forte – que tem os ex-presidentes Felicíssimo Sena e Miguel Cançado como ilustres referências – e a renovação, representada pelo grupo liderado por outro ex-presidente, Lúcio Flávio.

Lara tem um pé na OAB Forte e outro na outrora oposição, como nome de proa nas campanhas de Lúcio Flávio. Hoje juntou um pouco de cada lado ao seu lado, e imobilizou as duas fortes estruturas acostumadas ao enfrentamento.

Veja que outro ciclo parece estar sendo encerrado nessa nova configuração: o das candidaturas de Pedro Paulo Medeiros, como representante dos Fortes. PP e Lara estão juntos e misturados na mesma chapa. Agora são chapas. Cruzaram os interesses, fecharam conversações.

Há nomes sue esboçam oposição. Vários. Nenhum vingou até agora. Bruno Pena? Independentes (ou morte)? Quem sabe. Candidaturas são apresentadas e retiradas na mesma proporção. Visível como sonham em desbancar o poderia de Lara e, ao mesmo tempo, ficam tombados na beira do caminho, s pernas para tamanha jornada.

A oposição na OAB-GO está se resumindo a isso: sussurros e alaridos. Meninos bravos na rua de baixo prometendo bater nos meninos ricos da rua de cima. Entre a provável reeleição de Lara e a inanição de tais antagonistas, há um vácuo. Há tempo. Mas tempo já foi perdido. Que tempo virá?

Sem nome, o vácuo que há, ficará para as próximas eleições. Um vácuo de poder futuro. Isso se Lara, mais forte com os fortes e os contra-fortes não se estabelecer de vez e já ganhar 2027 por antecipação, fazendo de sua reeleição só um reforço para fazer depois o sucessor que quiser.

Rafael Lara está todo prosa não é à toa. Sua liderança na OAB-GO é pura ironia, digo, soa como poesia nos próprios ouvidos, daquelas que deixam Maquiavel orgulhoso. Ele faz ‘política literária’, no melhor sentido drummondiano:

O poeta municipal
discute com o poeta estadual
qual deles é capaz de bater o poeta federal.
Enquanto isso o poeta federal
tira ouro do nariz.