O prefeito Rogério Cruz (Solidariedade) alegou que sofre perseguição política, após a última operação da Polícia Civil do Estado de Goiás, que apurou irregularidades e suspeitas de corrupção na Secretaria de Infraestrutura da Prefeitura de Goiânia (Seinfra). O cerco policial culminou na queda do agora ex-titular Denes Pereira, que foi afastado do cargo imediatamente.
Paulo Moura, estrategista político e seu marqueteiro, foi chamado a Goiânia de forma emergencial e já dirigiu um vídeo com roteiro escrito a quatro mãos em que Rogério reforça perseguição e coloca até suas contas bancárias e sigilo telefônico à disposição da Justiça. Tudo na tentativa de minimizar os efeitos. Na manhã da última sexta-feira (7), um café da manhã com vereadores tentou medir todos os impactos.
Aliado de primeira hora de Rogério, Denes Pereira é presidente estadual do Solidariedade e foi um dos principais articuladores da ida de Cruz ao partido. A direção nacional da legenda garantiu que o ex-titular segue no comando estadual da agremiação. Também manteve respaldo à reeleição de Cruz. De todo o modo, foi o primeiro estrago em consequência da operação, que ainda terá seus impactos calculados por aliados.
Denes era uma espécie de coringa para Rogério Cruz, que tinha confiança irrestrita no aliado. Ele chegou a ocupar a secretaria de Administração concomitantemente à Seinfra. Pereira também tinha participação ativa nas decisões políticas de Rogério Cruz. Homem forte, ele já havia sofrido um golpe policial recentemente.
Em março, a Operação Endrôminas colocou o então titular como “centro” de um esquema que apurava superfaturamento de até 1000% nos preços em contratos estabelecidos pela Prefeitura. Se Denes sobreviveu, não dá para dizer o mesmo dos então gestores da Agência Municipal de Meio Ambiente (Amma) e Comurg que foram afastados de seus cargos.
Entre erros e acertos, a gestão acabou patinando em inúmeros momentos ao longo dos últimos 3 anos. Há pouco mais de um ano, a empresa responsável pela manutenção dos radares em Goiânia anunciou a suspensão do serviço alegando falta de pagamento, mesmo com a Prefeitura dizendo ter dinheiro em caixa. O problema de fato não estava nos cofres e sim em certificações que não foram emitidas junto a Controladoria-Geral do Município (CGM). A falta de sinergia entre as pastas parece ser um problema crônico da atual gestão.
Relembrando
Em março do ano passado, a Operação Endrôminas cumpriu 32 mandados de busca e apreensão em órgãos da Prefeitura de Goiânia atingindo nomes do primeiro escalão da gestão do prefeito Rogério Cruz (Solidariedade). Semad, Seinfra, Amma e Comurg foram alvos à época.
Relembrando II
De imediato, Rogério anunciou o afastamento de Alisson Borges, titular da Comurg. No outro dia, Luan Alves, ao lado do prefeito, comunicou seu afastamento da presidência da Amma. Cruz manteve Denes Pereira à frente da Seinfra.
Área Azul
Anunciada como prioridade para esta gestão, a digitalização da Área Azul dificilmente sairá do papel em 2024. O Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), recomendou a anulação do pregão de licitação. A Secretaria de Administração já anunciou que vai acatar a orientação.
Frustração
A coluna apurou que a administração tratou com certa frustração a recomendação. Em tempos de requalificação do centro da cidade, a medida era considerada indispensável diante da modernização proposta.
Restrição a pedestres
Ao longo da última semana, o Centraliza voltou a ser alvo de questionamentos entre integrantes do setor produtivo e da Câmara dos Vereadores. Lideranças querem retirar do projeto a pedestrianização de um trecho da Avenida Anhanguera, entre a Avenida Araguaia e a Avenida Tocantins.
O que é?
De acordo com o projeto inicial, o trecho da Avenida Anhanguera, entre a Avenida Araguaia e a Tocantins seria fechado para trânsito de automóveis, priorizando transporte coletivo, bicicletas e pedestres. A medida não agrada representantes do comércio local.
“Não é apropriado”
“As intervenções na Avenida Anhanguera, levaram muitos lojistas a fecharem suas portas. O BRT também traumatizou a região central, causando o fechamento de várias lojas. Portanto, discutir mais uma intervenção, como a pedestrianização da Avenida Anhanguera, não parece apropriado neste momento”, destaca o diretor de Relações Institucionais da Fecomércio, Simeyzon Silveira.
Boas notícias
Mesmo em meio à crise, Rogério Cruz recebeu da direção nacional de seu partido, o Solidariedade, respaldo em seu projeto de reeleição. O fundador da legenda, Paulinho da Força, e o presidente Eurípedes Júnior cravaram que o prefeito terá estrutura necessária para a eleição. Reforçam a tese de perseguição política.
Garantias
Na reunião que teve com vereadores, na manhã da última sexta (7), Rogério Cruz garantiu aos membros de sua base que mesmo com os impactos da operação, irá para a reeleição e não vai recuar. Pelo menos 18 parlamentares estiveram presentes.
Novo nome
O ex-deputado estadual Humberto Teófilo, filiado ao DC, pediu licença do seu cargo de delegado da Polícia Civil e anunciou pré-candidatura ao Paço Municipal, pela legenda conservadora. É mais um nome para a disputa.
Dúvida no ar
Após o ex-deputado Leandro Vilela deixar o cargo no Detran-GO, seu nome voltou a ser especulado como pré-candidato da base caiadista em Aparecida de Goiânia, provocando nova rodada de dúvidas na Cidade Administrativa.
Diga que fico
O prefeito de Aparecida, Vilmar Mariano, nega em entrevistas que será trocado por Leandro, a quem prega respeito e amizade. “Serei o nome da base do governador Ronaldo Caiado que será oficializado durante as convenções. Vocês verão”, cravou.
Recado
Ex-prefeito, Gustavo Mendanha volta a pregar que pesquisas irão nortear o processo, mas reforça confiança em Vilmar Mariano. “Acredito que os números dele irão crescer”, salienta.
Prévias
Pesquisas internas encomendadas pelo adversário, o deputado federal Alcides Ribeiro (PL), mostram que o parlamentar conseguiu ampliar a liderança. Em vez de avançar, Vilmar teria recuado.
Alerta
Todo esse contexto liga o sinal de alerta nos bastidores aparecidenses. Ao longo da semana, novos capítulos vão nortear os rumos da pré-campanha. Nada está definido.
1. Custe Rogério Cruz e Vilmar Mariano vivem clima de dúvidas em seus projetos 2. O que Em contextos diferentes, eles são alvo de especulações em meio a guerra eleitoral 3. Custar E prometem ir até o fim, em seus respectivos projetos. Custe o que custar.