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Federações embaralham o jogo e redesenham o mapa político pré-2026


Avatar Por Redação Tribuna do Planalto em 27/04/2025 - 14:00

Com articulações avançadas em Brasília, federações partidárias começam a embaralhar o tabuleiro político em Goiás e Brasil à dentro. O movimento, ainda em fase de ajustes técnicos, promete alterar não só o mapa da base governista, mas também as perspectivas da oposição em 2026. União Brasil e PP caminham para formalizar uma federação que deve ser anunciada dentro das próximas semanas e, se concretizado o entendimento, o que pode, ao mesmo tempo que alguns possam torcer o nariz, impactar diretamente os planos do governador Ronaldo Caiado (UB).

Isso porquê o novo bloco reunirá não apenas tempo de TV e capilaridade municipal, mas, sobretudo, um maior controle sobre as chapas proporcionais, amarrando candidaturas e minimizando dissidências. A federação permitirá que aliados hoje espalhados nos dois partidos caminhem juntos, tanto na sucessão estadual quanto no reforço ao projeto presidencial de Caiado. 

O PP, apesar de ter seus planos, não apresentou rejeição total aos planos do governador, que terá tempo para trabalhar sua pré-candidatura. Todos sabem, ele terá de cumprir metas, como a de atingir 10% na intenção de voto até as convenções partidárias.

Em outro campo, Podemos e PSDB também avançam em negociações para criar uma federação. Mas, diferente do que acontece na base governista, a costura entre essas siglas em Goiás é marcada por ambiguidades. O Podemos de Glaustin da Fokus é aliado do governo estadual, enquanto o PSDB de Marconi Perillo promete oposição irredutível.

Nesse emaranhado, a política nacional não fica fora da jogada: o PSDB tem interesse em lançar candidato à presidência, enquanto Glaustin deseja ver o novo partido caminhando com o governador Ronaldo Caiado (UB). A convivência entre alas tão distintas será um dos desafios para manter a unidade federativa e evitar que a nova estrutura se torne uma federação de conveniências.

O Solidariedade, que analisa federação com o PRD, também pode ganhar novo fôlego na montagem das chapas proporcionais, mas ainda precisa definir qual caminho adotará no cenário majoritário. Certo é que ambos os partidos terão de se articular. Um estrategista político, que participa da construção da montagem de chapas em diversos partidos pré-2026 afirma: “Certo é que tá todo mundo maluco com tantas mudanças. Ninguém sabe muito bem o que fazer”, salienta.

Na prática, as federações tendem a diminuir o número de candidaturas isoladas, concentrar poder nas direções nacionais e reduzir o espaço para articulações locais independentes. É um meio-termo até que as fusões sejam consolidadas. É por isso que há tanta incerteza no radar de pré-candidatos.

Em Goiás, isso deve impactar diretamente a construção dos palanques para Daniel Vilela e para a oposição, que ainda busca uma narrativa consistente. O PT, por exemplo, começa a se articular, mas vê com prudência os que um dia foram adversários.  Petistas avaliam seriamente abrir mão de uma candidatura própria para apoiar um nome competitivo que não vista uma indumentária completamente esquerdista: nisso, o nome do ex-governador Marconi Perillo (PSDB) parece agradar, mesmo que custe o desagrado de aliados. Em tempos de reorganização partidária, a frase que vale é simples: quem ficar parado, corre o risco de não entrar nem no jogo.

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