Por Rodrigo Zani em 08/01/2025 - 06:39
O ano de 2024 foi de muitas batalhas, algumas conquistas e outras derrotas. Ano em que vimos a esquerda paralisada, a extrema direita minguada e o centrão fortalecido como nunca. Não dava para ser diferente! Temos uma extrema direita sob forte ataque dos Órgãos de Controle, a esquerda envelhecida e o centrão, como sempre, aproveitam-se dos dois lados e de todo e qualquer Governo. Essa é a realidade no Brasil e em Goiás segue na mesma linha.
As eleições estaduais e nacionais só acontecerão em 2026 em todo o País, mas, para estrategistas, pré-candidatos e lideranças partidárias o ano de 2025 será crucial para consolidação de bases políticas e preparação para o processo eleitoral do ano subsequente. Ninguém quer perder espaço e quem está fora quer entrar! Como dizem: “Na política não existe o cedo de mais, somente o tarde de mais.” E digo mais: “em política não existe espaço vago, terá sempre alguém pra ocupa-lo”.
Algumas lideranças se destacaram nas eleições municipais de 2024. Posso citar, sem medo de errar, que o bloco liderado pelo Governador Ronaldo Caiado saiu bem à frente. Arrebatando a maioria das prefeituras municipais e elegendo o prefeito de Goiânia. Ao que tudo indica, na era pós Caiado, o sucessor desse imenso bloco político deverá ser o atual vice governador, Daniel Vilela. O pretenso candidato governista ao Palácio das Esmeraldas poderá contar com a altíssima popularidade do atual governador Caiado (se nada de excepcional acontecer, claro) e uma imponente base política espalhada pelos quatro cantos de Goiás. Correndo contra o tempo, está o grupo do ex governador Marconi Perillo, que mesmo com uma base política hoje pequena, já governou Goiás por quatro mandatos, tem altíssima experiência política e o reconhecimento popular de ter realizado bons governos. Destaca-se ainda por ser a única voz eloquente nas oposições! Um outro grupo que se movimenta, mesmo em crise, é o do PL. Liderados em Goiás pelo Senador Wilder Morais, ainda apostam numa reviravolta do ex presidente Bolsonaro e num fiel eleitorado conservador dentro do nosso Estado. A esquerda, onde o PT tem a hegemonia, dá sinais de que também preparará uma candidatura própria, até mesmo porque precisam garantir algum palanque para o projeto nacional do Partido.
O Governador Ronaldo Caiado tem ensaiado voo nacional ao se projetar como pré-candidato à presidência pelo União Brasil. Partido esse que hoje pertence ao bloco do Centrão e conta com Ministérios no Governo Lula. Apesar da alta popularidade interna do governador goiano, o desafio do Governador está em transcender as fronteiras do Rio Paranaíba e conquistar o eleitorado nacional. Na outra ponta está o ex governador Marconi, que hoje preside o PSDB Nacional, e enfrenta a missão de tentar reerguer o outrora poderoso ninho tucano. A solução mais factível e rápida apontada pela cúpula do Partido seria realizar a fusão partidária ou ampliar o alcance da sua federação. Do jeito que está hoje, a depender de estrutura, o PSDB não entraria competitivo no processo eleitoral de 2026. No campo da extrema direita o Senador Wilder Morais enfrenta crises dentro do próprio partido. O vereador Major Victor Hugo, aliado de primeira hora do ex presidente Bolsonaro, busca alternativa ao propor diálogo com o vice governador Daniel Vilela. A sigla bate cabeça internamente com reflexos públicos (sintoma de desgaste). O PT e as esquerdas não têm ainda um nome consistente! Estariam os deputados federais do partido dispostos a arriscarem uma reeleição segura e encararem a disputa ao governo em um dos Estados mais conservadores do País? Creio que não! Muito embora é público e notório que no PT o Lula “falou e a água parou”. O Pestista raiz é fiel cumpridor de missões, sobretudo as vinda do próprio presidente da república.
Mesmo com antecendência os grupos e cenários parecem estar mais ou menos encaminhados para 2026! No bolão de apostas os mais cotados para disputa ao governo são: Daniel Vilela, Marconi Perillo, Wilder Morais e um representante da esquerda (muito embora nada impede que outros nomes surjam de última hora); partidos e lideranças provavelmente serão mais vistos batendo pernas por aí. A hora é de fortalecer as bases! Haverá muito diálogo interno e entre os grupos concorrentes. Haja saliva e paciência! Como dizem: “na política nada é impossível e tudo é possível”; o que não pode acontecer é ficar parado e quem tem a pretensão de entrar no jogo eleitoral precisa se estruturar, preparar o discurso e fortalecer as bases. Costumo comparar esse momento com o pescador que ajeita a sua “traia” para depois ir pro rio e pescar o peixe. Com os políticos é igual: preparar os partidos e as estratégias para só depois ir fisgar o eleitor; o momento é de organização!
Afinal, qual caminho sua excelência, o povo goiano, seguirá para os destinos do futuro político de Goiás? A continuidade do projeto de Caiado, com a eleição de Daniel Vilela? O retorno do Tempo Novo, com a volta triunfal de Marconi Perillo? Uma guinada definitiva à extrema direita, com a vitória do Senador Wilder? Ou a esquerda surpreenderá e elegerá em solos goianos um aliado direto do presidente Lula? Haverá recuos? Teremos avanços? Alguém topa fazer composição? O fato é que o jogo nos bastidores será movimentado e não faltarão notícias para analistas e repórteres políticos!
Não podemos nos esquecer das vagas que entrarão em disputa nas Casas Legislativas! Os goianos elegerão dois Senadores. A dança das cadeiras acontecerá com os Senadores: Jorge Kajuru e Vanderlan Cardoso; e nomes de peso para essa disputa não faltarão. Na Assembléia Legislativa, hoje presidida pelo deputado Bruno Peixoto, sobrarão no “cardápio eleitoral” disponível aos eleitores nomes de relevância para atuarem no legislativo goiano. Já na disputa pela Câmara Federal também tem muita gente de olho em um desses pequenos, mas poderosos gabinetes de Brasília. É preciso reconhecer que hoje o poder legislativo ganhou protagonismo inédito e esses mandatos serão disputados a peso de ouro!
O que o cidadão espera, haja vista que é ele quem paga os impostos e, portanto, banca a “festa da democracia”, é que sejam disputas realizadas dentro de princípios éticos e morais. Que os candidatos não venham com a mente vazia e o coração de cheio de ódio! Que hajam debates de altíssimo nível, sempre no campo das ideias e com foco no desenvolvimento de Goiás. Que prevaleça o espírito público, o sentimento republicano e o fortalecimento da democracia!
Feliz 2025 e façam suas apostas!
