Por Redação Tribuna do Planalto em 01/11/2024 - 08:34
Em uma reunião marcada por algumas divergências, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ironizou o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (UB), ao responder suas críticas ao novo plano de segurança pública do governo federal. “Era Caiado quem deveria ter chamado essa reunião para orientar como se comporta para acabar com o problema da segurança em cada estado”, brincou Lula, após o governador desafiar a proposta de implantação de um Sistema Único da Segurança Pública e se recusar a adotar câmeras nas fardas dos policiais em Goiás. O encontro aconteceu na tarde desta quinta-feira (1).
Em meio ao embate, Lula finalizou seu comentário com uma provocação que reforçou a tensão. “Peço para o Lewandowski ir lá levantar porque pode ser referência para todos os outros governadores.” Ao elogiar com ironia o sucesso de Caiado em Goiás, o presidente alfinetou a postura crítica do governador, que se opõe à padronização de políticas de segurança pública e à aplicação das propostas federais no estado. Entre elas, o uso de câmeras no fardamento policial.
Caiado, ao lado de outros governadores em Brasília na tarde desta quinta-feira (31), criticou a ideia do governo federal de uma política centralizada de segurança, nos moldes do Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo ele, uma proposta universalizada desconsidera as realidades distintas dos estados. “Eu conheço a segurança pública de Goiás, mas não da Amazônia. Cada estado tem sua peculiaridade. Não é uma regra única que vai decidir o que deve ser uma regra para todos os estados da federação”, declarou, defendendo que cabe ao governo federal apoiar os estados, mas não ditar como devem agir em questões locais de segurança.
Além disso, Caiado deixou claro que não considera a adoção de câmeras nas fardas dos policiais de Goiás uma solução eficiente. “Eu sou governador do estado, eu não vou botar câmera em policial meu de maneira alguma. Eu tenho de ter uma corregedoria séria e honesta que não admita milícia,” afirmou, referindo-se ao sistema de corregedoria local como mais adequado para coibir abusos e garantir transparência.
O governador goiano também apontou avanços significativos no combate ao crime no estado, mencionando, entre outros dados, a pacificação das regiões do entorno de Brasília, que antes figuravam entre as áreas mais perigosas do país. “Tínhamos em Goiás as seis regiões mais perigosas do país no entorno de Brasília. Hoje temos uma região cem por cento pacificada”, disse, destacando a importância do foco em segurança pública.
