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Mais de 72% de professores em sala de aula são mulheres

Celebrando a presença feminina nas escolas, é importante destacar a contribuição de Cora Coralina, orgulho de Goiás, para a literatura brasileira


Dhayane Marques Por Dhayane Marques em 11/03/2024 - 10:27

As mulheres também são maioria em cargos de gestão, representando 80,7%. Foto: Daniel Rocha
As mulheres também são maioria em cargos de gestão, representando 80,7%. Foto: Daniel Rocha

No último Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março, a relevância das mulheres na educação e cultura ganhou destaque em meio às comemorações. Especialistas analisaram a trajetória, desafios e contribuições das mulheres nessas áreas, refletindo sobre conquistas passadas e desafios contemporâneos.

De acordo com o Censo Escolar da Educação Básica de 2022, dos 2.315.616 professores em atuação no país, 79,2% são mulheres. Além disso, elas também ocupam a maioria dos cargos de gestão, representando 80,7%. Esse panorama evidencia o papel crucial das mulheres no cenário educacional brasileiro.

Na evolução do mercado de trabalho brasileiro, as mulheres têm desempenhado um papel crucial desde a industrialização na década de 1930. Rafaela Locali, professora de Geografia, destaca que, embora as mulheres sejam maioria no país, desafios como desigualdades salariais ainda persistem. No entanto, a busca por qualificação e participação no mercado de trabalho continua a ser uma tendência crescente. “Muitas mulheres acompanharam esse movimento e se inseriram no mercado de trabalho em um processo lento, porém crescente, o que levou muitas delas a procurarem por qualificação”, explica Rafaela.

Para compreender a importância da presença feminina nas esferas culturais, a arte-educadora Glória Maria dos Santos questiona como seria possível não incluir as mulheres nos acervos dos museus. Ela destaca que as histórias das mulheres refletem não apenas o passado, mas influenciam as gerações presentes. A literatura infantil, por sua vez, desempenha um papel fundamental na diversidade de perspectivas, conforme aponta Laura Vecchioli do Prado, coordenadora editorial.

Em paralelo, Clarissa Lima, assessora pedagógica, destaca a educação como ferramenta eficaz na desconstrução de estereótipos de gênero, promovendo uma cultura mais inclusiva. Lara Crivelaro, CEO da Efígie, aborda os desafios enfrentados pelas mulheres no mercado de trabalho global e a importância da educação para capacitá-las. Talita Fagundes, gerente pedagógica, ressalta a presença marcante de mulheres na produção editorial de livros didáticos, contribuindo para ampliar a representatividade feminina.

Em síntese, a trajetória feminina na educação e cultura revela avanços significativos, mas também desafios persistentes. A celebração do Dia Internacional da Mulher, o 08 de março, não apenas homenageia as conquistas, mas inspira a continuidade da luta por igualdade e reconhecimento em todas as esferas da sociedade.

Presença feminina nos acervos e literatura infantil

A arte-educadora Glória Maria dos Santos destaca a importância de incluir as histórias das mulheres nos acervos dos museus, proporcionando uma visão completa da história. Paralelamente, a coordenadora editorial Laura Vecchioli do Prado ressalta a diversidade na literatura infantil como elemento crucial para o desenvolvimento literário e cultural das crianças, incentivando a imaginação e apreciação da linguagem poética.

“Ao explorar temas como fantasia, liberdade poética e trocadilhos, esses livros contribuem para o desenvolvimento literário e cultural das crianças, incentivando a imaginação, a criatividade e a apreciação da linguagem poética”, acrescenta Laura.

Um legado de resistência na Literatura Goiana

A obra de Cora Coralina é única, e a poetisa é o principal nome da literatura goiana. Seu impacto transcende fronteiras geográficas, representando não apenas uma voz literária, mas também um símbolo de resistência cultural.

Nascida e criada na cidade de Goiás, Cora Coralina, cujo nome completo era Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, foi uma mulher de coragem e determinação. Ela desafiou as convenções sociais de sua época ao buscar sua própria voz e expressão através da poesia, da crônica e da prosa.

Mesmo enfrentando os desafios de uma sociedade machista e conservadora, Cora Coralina encontrou na literatura uma forma de se expressar e de deixar um legado para as futuras gerações. Sua poesia é um reflexo da vida simples e do cotidiano, mas também carrega em si uma profundidade e uma riqueza que encantam e inspiram.

Estudiosa de sua própria cultura e tradições, Cora Coralina misturou tradição e ruptura, cantiga e silêncio, transpondo para as palavras a doçura tão característica das confeiteiras de sua cidade natal. Seu trabalho continua a ser celebrado e estudado até os dias de hoje, sendo uma fonte de inspiração para todos aqueles que buscam a verdadeira essência da literatura brasileira.

Desigualdades salariais e avanços no mercado de trabalho

Embora as mulheres representem 51,5% da população brasileira, conforme dados do último Censo Demográfico de 2022, as desigualdades salariais persistem como obstáculo. A evolução no mercado de trabalho, iniciada na década de 1930, trouxe mais mulheres para o cenário profissional, porém, a busca por igualdade de oportunidades e salarial ainda é uma pauta relevante.

 

Dhayane Marques

Dhayane Marques é jornalista formada pela PUC-GO. Atualmente é Diretora de Programas da TV Pai Eterno e repórter no jornal Tribuna do Planalto e Tribuna de Anápolis, nas editorias de cidades, educação, economia, agro, diversão e arte.

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