O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) investiga 195 mortes de cavalos por suspeita de contaminação pelo consumo de rações fabricadas pela empresa Nutratta Nutrição Animal Ltda, cuja fábrica fica na cidade de Itumbiara, no sul de Goiás. Desses casos em investigação, 70 foram notificados em Goiânia, 40 no sudoeste da Bahia e os demais, em municípios do interior dos estados de São Paulo e Minas Gerais. Além dessas, já foram contabilizadas 222 mortes de equinos nos seguintes estados: São Paulo (83), Rio de Janeiro (69), Alagoas (65), Goiás (4) e Minas Gerais (1), segundo informou o Mapa em nota oficial.
Entre eles o garanhão mangalarga marchador Quantum de Alcateia, avaliado em cerca de R$ 12 milhões (fora lucros cessantes de quase R$ 30 milhões em 10 anos). A morte do animal ocorreu há uma semana. Criadores falam que o número de mortes de cavalos por suspeita de contaminação pode ser superior a 650.
O Mapa determinou a suspensão cautelar das atividades de fabricação de rações da empresa alegando que “durante as inspeções foram constatadas irregularidades que motivaram a suspensão”. A Nutratta impetrou mandado de segurança. O ministério diz que já prestou os devidos esclarecimentos e que aguarda decisão judicial.
Ouvidoria
O Mapa informa que em 26 de maio deste ano recebeu, por meio da Ouvidoria, a primeira comunicação sobre a ocorrência de mortes de cavalos que teriam ingerido rações fabricadas pela empresa Nutratta Nutrição Animal Ltda.
“Desde então, a Fiscalização Federal Agropecuária vem realizando investigações nos locais onde foram reportados casos de adoecimento ou morte de equinos, com o objetivo de identificar as possíveis causas dos óbitos. Até o momento, os casos apresentaram associação com o consumo de rações da empresa citada”, concluiu o ministério.
De acordo com o Mapa, a apuração dos novos casos tem sido dificultada pela ausência de comunicação formal via Ouvidoria, que é o canal oficial para registro das denúncias.
Outro fator que dificulta o trabalho de fiscalização é a natureza dos sintomas apresentados pelos cavalos, que podem surgir tardiamente após a interrupção do uso da ração. “A evolução clínica dos equinos, marcada por insuficiência hepática seguida de piora repentina, tem tornado ainda mais complexa a estimativa precisa do número total de óbitos”, explica a nota do ministério.
O Mapa esclareceu ainda que, desde o recebimento da primeira denúncia, foram realizadas duas fiscalizações no único estabelecimento da empresa Nutratta Nutrição Animal Ltda., que possui uma linha de produção destinada à fabricação de rações para equinos e ruminantes, em Itumbiara. “Durante as inspeções foram constatadas irregularidades que motivaram a suspensão cautelar da atividade de fabricação de todas as rações da empresa”.
Adicionalmente, o Ministério também suspendeu a comercialização de todos os produtos elaborados pela Nutratta Nutrição Animal Ltda., sendo que o escopo das restrições à comercialização foi sendo ampliado gradativamente, à medida que mais informações sobre as possíveis causas do problema eram obtidas com as investigações.
Colaboração
Por meio de nota à imprensa, a Nuttrata Nutrição Animal disse que já adotou medidas de controle, reforçou as análises laboratoriais e revisou os protocolos de qualificação de fornecedores e das matérias-primas.
A empresa também lamentou os relatos de intoxicação e óbitos dos animais e disse que está colaborando com as investigações.
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