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Mudança em nomes de estações e terminais de ônibus afeta orientação do transporte coletivo

Especialista aponta que rompimento com padrão compromete aprendizado dos usuários e dificulta localização no sistema


Lucas de Godoi Por Lucas de Godoi em 27/06/2025 - 08:00

Mudança em nomes de estações e terminais de ônibus afeta orientação do transporte coletivo
Alterações em nome de terminal homenageou um padre que viveu na região (Foto: Google Street View)

O sistema de nomenclatura do BRT foi estruturado para facilitar a orientação dos usuários, com nomes simples, fáceis de memorizar e em sequência alfabética, indo de Angelin a Tamboril. Além da função prática, o padrão valoriza o Cerrado, segundo maior bioma do Brasil. Conforme mostrado pela Tribuna do Planalto, vereadores têm rompido com o padrão de nomes no transporte coletivo de Goiânia.

“A informação ao passageiro é um dos aspectos mais importantes em um sistema de transporte coletivo”, explica o engenheiro de transporte e professor do Instituto Federal de Goiás (IFG), Marcos Rothen.

“O passageiro precisa saber usar e se localizar. O padrão para identificação das estações e dos pontos de parada é fundamental para que o usuário consiga se localizar. A medida que o sistema seja lógico e que a lógica seja conhecida, o passageiro pode ser orientar, principalmente no desembarque”.

Segundo o especialista, o rompimento do padrão afeta não apenas a sinalização e o mapa do sistema, mas também compromete o conceito de identidade visual, prejudicando o usuário e tornando mais difícil o aprendizado do trajeto por quem depende do transporte diariamente.

Nomeação criteriosa

A Prefeitura de Goiânia informou, na época da inauguração do BRT, que para batizar as estações, foram seguidos critérios técnicos, como a sonoridade e a facilidade de memorização, além de sequência alfabética de acordo com o mapa do BRT, para proporcionar senso de localização e indicar a proximidade ou distância das estações.

A Companhia Metropolitana de Transporte Coletivo (CMTC) informou que não foi consultada sobre as mudanças e que não existe normativa para a nomeação no transporte coletivo.

Segundo a nota enviada à reportagem, a CMTC entende que a população se acostuma com mudanças em nomes, mesmo que isto exija tempo. “Tudo passa por adequação visto estar o usuário acostumado com nomes e sinalização”.

Marcos Rothen considera que “as pessoas demoram anos para se acostumarem” e que é comum as pessoas deixarem de usar o transporte coletivo por não saberem como usá-lo. “É importante que o usuário saiba qual ônibus pegar, onde pegar e onde desembarcar. A informação quanto mais clara for melhor atende o interesse de todos.”

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