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O momento é de Jânio, mas há espaço para a tese de que apoio a Vanderlan não está fora de cogitação


Luís Gustavo Rocha Por Luís Gustavo Rocha em 02/03/2024 - 00:01

Um político de Senador Canedo, dias atrás, presenciou Vanderlan Cardoso (PSD) “rasgando muita seda” para o governador em público, numa feira livre da cidade. A observação faz parte dos elementos que a fonte apresenta para reconstituir uma conjectura que tem pautado aliados locais do ex-prefeito no município: a possibilidade de uma reaproximação entre o senador e Ronaldo Caiado (UB).

O contato mais frequente entre o deputado estadual Bruno Peixoto (UB) e Vanderlan seria outro indicativo dessa perspectiva. A isso, as pessoas ouvidas pela coluna acrescentam a troca de partido de Izaura Cardoso (PSD), primeira suplente de Wilder Morais, que, deixando o PL e construindo ativamente, nas últimas semanas, a pré-campanha à prefeitura de Senador Canedo, desapega-se da ideia de suceder Wilder caso o mesmo deixe a cadeira para disputar o governo de Goiás em 2026, pois, na avaliação de alguém próximo a ela, se vencer, Izaura não trocaria a prefeitura pelo Senado. Em termos objetivos, a mudança de rumos de Izaura abre margem para ela e o marido apoiarem Daniel Vilela daqui a dois anos em troca do apoio do Palácio das Esmeraldas ao ex-prefeito de Senador Canedo na corrida eleitoral de 2024, visando o Paço Municipal. E aqui convém um aparte para relembrar uma informação (dada pelo entorno de Vanderlan e publicada anteriormente neste espaço) de que a condição para lançar Izaura seria o recuo de Vanderlan e vice-versa.

O pacote de acordos, inclusive, também contemplaria a composição da chapa de Izaura, se mantida a situação do atual prefeito Fernando Pellozo, que apesar de ser do União Brasil, acumula alto índice de rejeição e, assim, colocaria em risco o apoio da própria base governista. Tudo isso, sublinhe-se, segundo agentes políticos de Senador Canedo ouvidos pela coluna, pois há também aquilo que dizem pessoas próximas a Caiado, e estas asseguram não terem notado nenhum gestual do governador que mude o fato de que Jânio é, no momento, o nome para o qual as atenções da base aliada estão voltadas.

OS NÚMEROS NÃO MENTEM? > O que Jânio Darrot (MDB) observa quanto à influência das pesquisas na decisão da base para a escolha do pré-candidato é que “ainda é muito cedo para dizer que quem vai ganhar é quem aparece melhor colocado nas pesquisas”.

Continuando

Para uma fonte próxima a Caiado, um eventual apoio a outro nome “vai depender dos movimentos do Jânio” e, na hipótese de Vanderlan entrar no radar, “o governador tem demonstrado maturidade” para lidar com diferenças.

Ponto para Caiado

A vitória de Rueda para liderar o União Brasil é lida pela fonte como o acontecimento mais importante para Caiado na última semana, porque indica a abertura para que o governador seja candidato a presidente da República sem necessariamente ter que deixar o partido.

Osmose

“O governador conhece muito bem de política e sabe do potencial que ele, Daniel e a base têm para contribuir”, diz Darrot, colocando na balança o poder de transferência entre os fatores que podem beneficiá-lo.

Mérito próprio

O apoio de Bruno Peixoto, conseguido na semana que passou, é uma das etapas do checklist que Jânio sabe que precisa cumprir para viabilizar uma pré-candidatura. “Ele (Caiado) vai ver se eu estou preparado para que o governo possa mergulhar de cabeça.”

Caso contrário

Um integrante do governo considera o processo na capital “totalmente aberto e incerto”. Ele acredita que, “saindo as próximas pesquisas”, a base terá elementos para julgar se embarca ou não no projeto do ex-prefeito de Trindade.

Cabeça erguida

“O governo não deve fazer nenhum movimento brusco enquanto Jânio estiver se movimentando”, afirma a mesma voz, analisando o segundo tempo dado ao aliado como um desagravo após a tentativa de Darrot interrompida pelo impacto da operação da Polícia Civil sobre contrato do primeiro ano de sua gestão, em 2013.

Façam suas apostas

O palaciano acha que não está descartada a articulação para tentar convencer o senador Wilder Morais a ser o candidato da base para a prefeitura de Goiânia.

Não para por aí

O nome de Ana Paula Rezende (MDB) também comparece entre as opções levantadas pelo governista como plano alternativo, caso a candidatura do ex-prefeito de Trindade não decole.

Debandada

O movimento do vereador Paulo Humberto (PDT), de declarar apoio à pré-candidatura de Lissauer Vieira (PL) a prefeito de Rio Verde, foi seguido por outros quatro parlamentares da Câmara Municipal que pertenciam à base de apoio do atual prefeito Paulo do Vale (UB).

Segundo round

Paulo Humberto, que era ligado ao também pré-candidato Karlos Cabral (PSB), calcula que a previsão é ampliar ainda mais o apoio a Lissauer na Casa. Sete outros colegas estariam na mira, segundo o vereador.

Me dê motivo…

Uma das razões apontadas por Paulo Humberto para a mudança de lado dos antigos apoiadores do atual prefeito é a frustração da expectativa de ser o indicado por Paulo do Vale à sucessão. Caso do ex-presidente da Câmara, vereador Lucivaldo Medeiros (UB) — motivação que serve ao vice-prefeito de Paulo do Vale, Dannillo Pereira.

…pra ir embora

Ponto forte para a decisão dos vereadores, segundo Humberto, é a “parte estrutural e financeira”. No caso do próprio vereador, ele alega ainda a falta de diálogo com o antigo aliado, Karlos Cabral.

Resposta

Sobre o rompimento de Paulo Humberto, o deputado do PSB diz que o vereador “poderia ser ao menos mais ético e verdadeiro. Não procurar jogar sobre as minhas costas as escolhas que ele mesmo fez por decisão própria. Mas pelo jeito não tem caráter suficiente pra isso. Se houve alguma falta de diálogo, foi patrocinada por ele mesmo e de caso pensado.

Memória fresca

“Até ontem ele era assessor do nosso mandato e um ilustre desconhecido em Rio Verde. Nosso grupo político o tirou do anonimato e o fez vereador. Por suas próprias pernas, ele jamais teria alcançado essa condição. Agora, do alto de sua ingratidão e de seu oportunismo, fez uma guinada característica dos maiores traíras políticos e deveria ser menos leviano e assumir suas decisões ao invés de tentar criar fatos e situações para tentar disfarçar sua traição e sua ingratidão”, completa Cabral.

Fim

“A fala dele sobre dificuldade de estrutura só demonstra claramente o que o fez seguir outro caminho. E se junta ao que ele mesmo disse em nossa última conversa. Foi atrás da proposta financeira”, finaliza o deputado.

Puxadores de voto

1 – Condição

Para o PSD apoiar Lissauer em Rio Verde, Vanderlan quer indicar o vice.

2 – Vereadores

No fim de semana, o PSB faz reunião com os dez nomes com potencial de puxar votos.

3 – Quase lá

Nem todos os presentes são do partido, mas os que não são, estão a caminho.