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Operação Ephedra: MPGO e PRF desmantelam rede de tráfico de rebite e apreendem meio milhão de comprimidos

Autoridades prendem 28 suspeitos e bloqueiam R$ 320 milhões em bens durante megaoperação policial


Laiz Queiroz Por Laiz Queiroz em 10/12/2024 - 17:45

Foto: Ascom e Gaeco

O Ministério Público de Goiás (MPGO) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) deflagraram nesta terça-feira (10) a Operação Ephedra, desmantelando uma organização criminosa especializada na produção, distribuição e venda de anfetaminas, conhecidas como “rebite”. O comprimido é utilizado por motoristas profissionais para inibir o sono e aumentar a jornada de trabalho. Segundo o coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Carlos Luiz Wolff de Pina, a ação impacta positivamente na segurança viária e na saúde pública.

Durante entrevista coletiva, foram divulgados resultados expressivos: 24 mandados de prisão preventiva, quatro temporárias e 60 de busca e apreensão foram cumpridos. A justiça também autorizou o bloqueio de bens avaliados em R$ 320 milhões, incluindo imóveis, veículos, criptomoedas e contas bancárias de 45 investigados. A ação mobilizou 268 policiais rodoviários federais e 96 servidores do MPGO, entre promotores, agentes e técnicos especializados.

Apreensões e locais investigados

A Operação Ephedra abrangeu quatro estados: Goiás, Tocantins, Bahia e São Paulo. As cidades alvo incluíram Anápolis, Trindade, Goianira, Ceres, Rialma, Porangatu, Campinorte, Mara Rosa, Talismã (TO), Luís Eduardo Magalhães (BA) e Salto (SP). Um detento na Unidade Prisional Regional de Nova Crixás (GO) também foi preso.

Cerca de meio milhão de comprimidos de rebite foram apreendidos, além de celulares, insumos, maquinários e equipamentos para produção das drogas. O superintendente da PRF em Goiás, Tiago Queiroz, destacou que, em 2023 e 2024, cerca de 370 mil comprimidos haviam sido apreendidos nacionalmente, mostrando a relevância da operação.

Investigações e esquema criminoso

As investigações foram conduzidas pelo Gaeco e pela PRF, após constatada a concentração de 90% das apreensões de anfetaminas nas rodovias de Goiás, principal rota do tráfico no eixo Centro-Oeste. A quadrilha operava em larga escala, financiando produção e distribuindo o entorpecente para diferentes regiões do país.

Segundo o promotor Paulo Parizotto, as investigações revelaram também crimes de lavagem de dinheiro, com empresas ligadas aos suspeitos em setores como transporte, imobiliário e alimentício. A organização criminosa possuía uma estrutura complexa, envolvendo financiadores, distribuidores e vários níveis de operação.

A apuração continuará com a análise de materiais apreendidos e depoimentos dos presos, com o objetivo de aprofundar as acusações e garantir o desmantelamento definitivo da quadrilha.

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