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Papa clama pelo desarmamento e pede ações pela paz em mensagem de Páscoa

Durante a tradicional mensagem Urbi et Orbi, Francisco criticou a corrida armamentista e defendeu que a verdadeira vitória está na promoção da dignidade e da vida


Avatar Por Redação Tribuna do Planalto em 20/04/2025 - 07:35

Papa convida ao desarmamento: as "armas" da paz constroem o futuro e não espalham morte
Do alto da Basílica de São Pedro, Papa Francisco saúda fiéis e reforça apelo global por paz, justiça e solidariedade. (Foto: Reprodução)

No coração da Praça São Pedro, diante de milhares de fiéis vindos de todas as partes do mundo, o Papa Francisco renovou neste domingo de Páscoa sua pregação pela paz, pela vida e pela dignidade humana. Em uma mensagem carregada de esperança, mas também de inquietação diante dos conflitos globais, o Santo Padre convocou líderes políticos e a sociedade a abandonarem a lógica do medo e da guerra, propondo o uso dos recursos do mundo não para armamentos, mas para combater a fome, a desigualdade e o abandono.

A tradicional Mensagem Urbi et Orbi, lida por Mons. Diego Ravelli, ecoou forte na celebração da ressurreição de Cristo: “A Páscoa é a festa da vida!”, escreveu Francisco. “Cristo ressuscitou! Neste anúncio encerra-se todo o sentido da nossa existência, que não foi feita para a morte, mas para a vida.”

O Papa lembrou que a ressurreição é um chamado para que a humanidade ressuscite junto: das injustiças, da violência e da indiferença. Ele denunciou com pesar a banalização da vida nos tempos atuais, citando o descaso com os idosos, os doentes e os nascituros, “considerados como pessoas a descartar em um número cada vez maior de países”.

Uma Páscoa sob o peso da guerra

A mensagem papal, apesar de impregnada de esperança, não evitou as feridas do mundo atual. Francisco fez um apelo direto por um “verdadeiro desarmamento”, alertando que a busca por segurança não pode se transformar numa corrida armamentista. “Não é possível haver paz sem um verdadeiro desarmamento”, afirmou, com veemência.

O Pontífice citou nominalmente diversas regiões afetadas por guerras e tensões: a Terra Santa, onde cristãos católicos e ortodoxos celebram este ano juntos a Páscoa em meio a um clima “dramático e ignóbil” em Gaza; o Líbano, Síria, Iêmen e todo o Oriente Médio; o Sul do Cáucaso; países da África como Sudão, Sudão do Sul, Congo e Etiópia; além de Mianmar, na Ásia, afetado por conflitos e desastres naturais.

As verdadeiras “armas” que salvam

Contra a lógica da destruição, o Papa propôs “as armas da paz”, aquelas que constroem o futuro: educação, alimentação, solidariedade e desenvolvimento. “Que os recursos disponíveis sejam utilizados para ajudar os necessitados, combater a fome e promover iniciativas que favoreçam o desenvolvimento.”

Francisco também evocou o Jubileu que se aproxima como uma oportunidade de libertar prisioneiros de guerra e presos políticos, gesto simbólico e concreto da força da misericórdia cristã.

Um chamado universal à esperança

Encerrando sua mensagem, o Papa desejou que este tempo pascal reacenda a confiança entre as pessoas. “Neste dia, gostaria que voltássemos a ter esperança e confiança nos outros, e a ter esperança de que a paz é possível!”

Do alto do balcão da Basílica de São Pedro, ele saudou os fiéis a bordo do papamóvel e concedeu a bênção apostólica. Seu gesto, simples e solene, reverberou como um chamado para que, mesmo em meio ao caos, o mundo redescubra sua vocação mais nobre: a vida em comunhão, a paz como destino, e a dignidade como caminho.

“Queridos irmãos e irmãs, na Páscoa do Senhor, a morte e a vida enfrentaram-se num admirável combate, mas agora o Senhor vive para sempre. Feliz Páscoa para todos!” – Papa Francisco

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