A Polícia Civil de Goiás, por meio da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes contra o Consumidor, deflagrou, nesta terça-feira (13), a Operação Pix Agiota, dando cumprimento a quatro mandados de prisão temporária e oito mandados de busca e apreensão, nas cidades de Goiânia e Porto Alegre (RS). A investigação, que durou um ano, apurou um esquema que movimentou R$ 240 milhões provenientes de agiotagem eletrônica por meio de oito empresas de fachada.
Os investigados utilizavam empresas de fachada, com endereços frios, em nome de laranjas, todas relacionadas a cursos preparatórios para concursos. Os Cadastros Nacionais de Pessoas Jurídicas (CNPJs) ficavam ativos durante poucos meses, unicamente com o escopo de movimentar altos valores, sendo uma cifra aproximada de R$ 2,5 milhões ao mês, por CNPJ. Chamou a atenção para a possível agiotagem o fato de uma das empresas ter faturado mais de R$ 180 mil em um único dia.
Maquininhas
Os investigados criavam as empresas para facilitar a compra de maquininhas de cartão, as quais seriam distribuídas para terceiros e utilizadas na prática de “agiotagem eletrônica”, isto é, a realização de empréstimos no cartão de crédito com taxas abusivas, uma prática que, embora comum, configura crime contra a economia popular.
O inquérito policial continua com a oitiva dos envolvidos e análise das apreensões. Ao final, os investigados podem responder pelos delitos de associação criminosa, falsidade documental, usura pecuniária e lavagem de dinheiro.