Por Domingos Ketelbey em 23/06/2024 - 07:47
O especialista em pesquisas Mário Rodrigues Neto afirma que o sobrinho do ex-governador de Goiás e ex-prefeito de Aparecida de Goiânia Maguito Vilela tem a seu favor o peso do sobrenome, mas lembra que Maguito não estará “presente” durante a campanha. Por outro lado, Leandro é um nome desconhecido na cidade e o tempo vai contar contra ele.
Leandro Vilela fez carreira política em Jataí, na região sudoeste de Goiás e até há pouco tempo estava em Goiânia como diretor do Detran. Quais as chances de um candidato nestas condições ter sucesso em outro domicílio eleitoral?
O sucesso eleitoral é função do grau de conhecimento do candidato, ou seja, quanto mais conhecido é o nome, maiores as chances de ele receber votos. No caso de Leandro Vilela, ele tem o desafio de aumentar o seu grau de conhecimento junto à população de Aparecida ao mesmo tempo que apresenta a sua biografia, suas competências e seus projetos para a cidade no espaço de tempo restante da pré-campanha e da campanha propriamente dita. Falar de suas chances nestas condições é avaliar se haverá tempo e meios ao candidato para contar a sua história e convencer os eleitores que ele é a melhor opção para Aparecida de Goiânia.
Defensores do nome de Leandro Vilela falam que o seu sobrenome e sua ligação com o tio, o ex-governador de Goiás Maguito e duas vezes prefeito de Aparecida, fazem a diferença. Até que ponto esse tipo de herança política pode ser convertida em votos?
Um padrinho político forte é de grande ajuda no processo eleitoral, mas não é garantia de vitória, como pode ser verificado em eleições passadas. Muito se especula sobre a capacidade de um padrinho político forte “transferir” votos para seus aliados, neste caso, sabemos que a “transferência de votos” para um candidato não segue a mesma proporção da força do padrinho político e que o resultado da eleição está mais associado a questões intrínsecas ao pleito que ao esforço dos padrinhos políticos em transferir a sua “força” para seus candidatos. Em Aparecida de Goiânia, o sobrenome Vilela tem um peso considerável devido à exitosa gestão de Maguito Vilela frente à prefeitura, mas, primeiro, Maguito não estará “presente” na campanha e, segundo, Leandro Vilela possui alto desconhecimento junto aos eleitores de Aparecida. Assim, a lembrança de Maguito associada ao seu sobrenome será suficiente para superar o desconhecimento de Leandro nesta eleição a ponto de garantir uma vitória? Sem dados quantitativos em mãos, traçar qualquer cenário não passa de especulação.
A aprovação do governador Ronaldo Caiado também é alta na maioria dos municípios goianos e não difere muito de Aparecida, por mais que não tenhamos pesquisas recentes que mostram esse índice. É possível que o governador transfira essa aprovação em votos para o candidato de sua base?
Ronaldo Caiado e, por extensão, Gustavo Mendanha serão direcionadores na campanha eleitoral de 2024 em Aparecida, mas se o peso dos seus nomes será suficiente para interferir nos aspectos intrínsecos da política e, principalmente, do comportamento dos eleitores de Aparecida é algo em aberto. Trabalho com estudos quantitativos, gosto de estatística e da capacidade dos números em traduzir a realidade, mas o comportamento dos eleitores não segue uma equação matemática e existem mais variáveis que precisam ser consideradas para avaliar como os eleitores se comportaram, especialmente considerando as especificidades de Aparecida, tais como a história dos nomes que participarão da campanha, a forma que a população interpretará os movimentos políticos recentes e toda a dinâmica de comunicação da pré-campanha e da campanha, para citar apenas alguns. O peso dos padrinhos políticos, presentes ou ausentes, é apenas uma das variáveis do processo.
