Os resultados individuais do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2023 foram divulgados na terça-feira, 16. No total, 60 candidatos conseguiram tirar nota mil na redação – quatro da rede pública, segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Em Goiás, quatro estudantes conquistaram a tão sonhada redação nota mil.
Em 2023, o tema da redação do Enem foi “Desafios para o enfrentamento da invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pela mulher no Brasil”. O que chama a atenção é que apenas quatro notas foram de alunos da rede pública.
Entre os quatro goianos que obtiveram nota mil no Enem está a estudante Caroline Souza Oliveira, de 21 anos. Após quatro anos de cursinho preparatório para medicina, Caroline se surpreendeu com o tema da redação. A jovem não esperava uma nota tão alta e ficou extremamente surpresa.
Das redações que obtiveram nota mil, 25 são do Nordeste, a região com o maior número de notas máximas. Os estados com mais registros da nota máxima são Rio de Janeiro (7), São Paulo (7), Piauí (6), Rio Grande do Norte (6) e Rio Grande do Sul (6). Dos 60 participantes que obtiveram a nota máxima, quatro cursaram o ensino médio em escolas públicas.
As provas foram aplicadas nos dias 5 e 12 de novembro (edição regular) e 12 e 13 de dezembro (para pessoas privadas de liberdade e reaplicação do exame). O tema da redação do Enem 2023 foi “Desafios para o enfrentamento da invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pela mulher” (edição regular) e “Desafios para a (re)inserção socioeconômica da população em situação de rua no Brasil” (tema do PPL). Do total de inscritos, 68% participaram do Enem 2023. Dos candidatos, 60 obtiveram nota mil na prova de redação, sendo 4 da rede pública.
Desafios da educação e reflexos no Enem
A taxa de analfabetismo no Brasil caiu de 6,1% em 2019 para 5,6% em 2022, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua: Educação 2022. No entanto, o analfabetismo continua sendo um desafio significativo, especialmente entre idosos, pretos e pardos e na região Nordeste, que foi a que mais registrou notas mil na redação do Enem em 2023.
A coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios do IBGE, Adriana Beringuy, observou que “quanto mais velho o grupo populacional, maior a proporção de analfabetos”. Isso indica que, embora o acesso à educação esteja melhorando para as gerações mais jovens, ainda há um contingente significativo de analfabetos entre as pessoas mais velhas.
Essa tendência tem implicações diretas para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Embora a taxa de analfabetismo esteja diminuindo, a falta de alfabetização adequada pode limitar a capacidade dos estudantes de se saírem bem no exame. Além disso, a prevalência do analfabetismo entre os idosos sugere que as oportunidades de educação para adultos podem ser insuficientes, o que pode afetar a diversidade dos participantes do Enem.