Daqui a pouco começa a votação, em poucas horas sai o resultado da eleição, e o coração de candidato, militante, apoiador, está como? Tum. Tumultuado. Depois de tantos dias de luta, de tantas batalhas numa guerra sem fim para os nervos, da onda crescente de expectativa, depois… a realidade. Em eleição, morre-se mais de véspera do que de resultado.
Tudo fica mais nublado. As pesquisas parecem menos confiáveis. O Instituto Coração na Mão informa: a desconfiança generalizada. Deu a louca nos números. A margem de erro da intuição tá menor, mas a ansiedade apaga a mente. E o fatos? Os fatos são servidos feito mexidão na panela. Risoto de expectativas furadas.
O desespero dos candidatos é o mais genuíno. A vida política dos que anseiam por uma vida política está por um fio de noite. O dia é cruel sem precisar ser. Sem ser na essência. So quem tem experiência suficiente para sobreviver sem sobressalto a antecedência eleitoral da urna sabe medir o próprio privilégio.
Não compare a quem sofre de abismo pré-votação com o quem passa pela romântica sofrência do frio na barriga. não há melodia que dê jeito no sujeito (ou sujeita) contaminado pela véspera do resultado da eleição. As dores são reais, porém as consequências para o fígado e a pressão medem-se ao infinito.
Puro exagero, sem dúvida. Mas sou apenas o portador do que se passa. Tente convencer, se for capaz, um cidadão acometido pelo delírio do medo que o mundo do não vai acabar e me conte o final da história. Se estiver vivo, evidente. Trágico. Um espetáculo. Coisa pra picadeiro nenhum ter inveja do nariz vermelho de quem está vivo e está morto, na urna antes das urnas.
Só mais uma coisa e essa é desengraçada e toca um tom acima do medo. Tragédia das tragédias, o terrorismo de véspera é uma realidade sem sofisma, sem carisma e sem qualquer graca. O terrorismo quer fazer com que todos acreditem no inacreditável. O terrorismo eleitoral de chegada é um preceito nazista, portanto não é tecnologia da modernidade. Acredita quem quer? Não. Não caia nessa.
Eles não querem que você acredite. Querem que duvide de si mesmo. É assim que enfiarão por sua goela o que querem: que o candidato deles vai ganhar e que eles são infalíveis. Por exemplo. Acredite: você acaba derrotado por eles já aí. Não tem graça. Têm consequências. Nem todo palhaço semeia sorrisos nas urnas. Na onda do terrorismo de campanha, quem ri por último não é você. E o medo, como política, é método.