O vereador Sargento Novandir (MDB) assumiu, em sessão na Câmara Municipal nesta quinta-feira (24), que continua portando arma nas dependências da Casa, mesmo após a aprovação de uma resolução que proíbe o porte e a posse de armas de fogo nas dependências da Câmara Municipal de Goiânia, com exceção dos agentes de segurança que atuam na Casa Legislativa.
A manifestação de Novandir ocorreu após a vereadora Aava Santiago (PSDB) acusar em entrevista à Rádio Sucesso FM que vereadores entravam em plenário armados.
Na Câmara, o vereador Coronel Urzêda (PL) cobrou da parlamentar a lista de vereadores que trabalham armados e ameaçou levar o caso ao Conselho de Ética. “Quero que ela venha trazer à mesa quais vereadores entram armados no plenário. Ela disse ‘vereadores’, no plural. Isso expõe a Câmara ao ridículo perante a população”, afirmou Urzêda.
“Eu sou policial militar veterano e nunca entrei armado neste plenário. Quero saber quem são, porque, se for necessário, eu próprio representarei esses colegas no Conselho de Ética, inclusive se for alguém próximo a mim”, falou ao citar Sargento Novandir (MDB).
Novandir, então, confirmou. “Para facilitar um pouquinho quem quer saber quem entra armado e quem entra desarmado, eu vou assumir aqui que eu entro armado no plenário com a pistola nove milímetro, 18 tiros. Ela está na minha cintura 24 horas por dia e eu entro com o amparo legal que a lei permite, lei federal e estadual.”, discursou.
Segundo Novandir, a resolução que proibiu acesso de pessoa armada no plenário, aprovada na Casa, não estava valendo. No entanto, o vereador Henrique Alves (MDB), que secretariava a Mesa Diretora, explicou que a Resolução 3, de 2022, que proíbe o porte à posse de armas nas dependências da Câmara Municipal, foi aprovada e publicada no Diário Oficial no dia 19 de maio de 2022. “Portanto, está vigente esta Resolução, que foi citada aqui, a título de esclarecimento para Vossas Excelências”, disse Henrique.
Mais tarde, informado da legalidade do ato aprovado na Câmara, Novandir buscou mobilizar colegas para revogar a resolução. Segundo ele, a Mesa deveria ter avisado da publicação da resolução aprovada.
A atual legislatura conta com ao menos seis parlamentares que possuem porte de arma, sendo Coronel Urzeda (PL), Cabo Senna (PRD), Sargento Novandir (MDB), Fabrício Rosa (PT), Romário Policarpo (PRD) e Sanches da Federal (PP). Além de Urzeda, Rosa também já declarou que não usa arma nas dependências da Casa.
Discussão
Houve em embate entre Aava e Urzêda com trocas de acusações sobre as falas. A vereadora, ao chegar na Câmara, disse que o colega a devia um pedido de desculpas. Ele, no entanto, rebateu reafirmando que ela havia exposto o legislativo ao fazer acusação genérica na emissora. Em resposta, Aava disse que vai representar contra o vereador por se referir a seus assessores como “asseclas”.