O SBT quebrou o silêncio e se pronunciou oficialmente sobre as graves acusações feitas por Juliana Oliveira, ex-assistente de palco do programa The Noite, contra o apresentador Otávio Mesquita. A denúncia de estupro foi protocolada no Ministério Público de São Paulo e está sendo investigada pela Polícia Civil.
Segundo comunicado divulgado pela emissora, providências teriam sido tomadas assim que a denúncia chegou ao conhecimento da direção. “O SBT esclarece que, diante das alegações envolvendo a artista Juliana Oliveira e o apresentador Otávio Mesquita, adotou imediatamente todas as medidas cabíveis por meio do seu Departamento de Governança Corporativa”, afirmou a nota.
Juliana detalhou, em vídeo publicado recentemente nas redes sociais, o episódio ocorrido em 2016 durante uma gravação do programa. Ela relata que, ao ajudar Mesquita — que havia entrado no palco suspenso por cabos, vestido de Batman — a retirar os equipamentos de segurança, foi vítima de apalpadas e gestos simulando ato sexual. As imagens, segundo ela, foram ao ar sem seu consentimento.
“Eu gritava, tentava me soltar. Cheguei a dar um chute para me afastar. Mesmo assim, ele continuou com os movimentos e ainda me empurrou no sofá, simulando novamente o ato”, narrou. Juliana também revelou que, em outras ocasiões, colegas da produção a escondiam no banheiro quando Mesquita aparecia de surpresa nos estúdios. “Foram mais de dez vezes. Eu era trancada como se fosse a culpada.”
A gravação do episódio está disponível publicamente e mostra Mesquita fazendo comentários de teor sexual após a cena. Em meio a risos, o apresentador diz: “Sem querer, apertei as peitocas dela”. Danilo Gentili, apresentador do programa, responde em tom jocoso: “Juliana está fazendo cara feia, mas eu sei que ela gostou”.
Mesquita nega as acusações e alega que tudo não passou de uma encenação combinada. “É um absurdo. Isso aconteceu há nove anos, e ela só resolveu falar agora porque está chateada com a demissão”, afirmou o apresentador.
O caso, que agora segue em investigação, reacende o debate sobre o limite entre o humor televisivo e a integridade física e emocional dos profissionais de bastidores, especialmente mulheres, em ambientes de trabalho marcados por hierarquias e assédio velado.