A secretária de Meio Ambiente de Goiás, Andréa Vulcanis, em entrevista publicada no canal da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) no Youtube, explicou que o lixão de Goiânia está em situação crítica, com funcionamento irregular, diversas violações técnicas e ambientais graves, e sem possibilidade de licenciamento.
Apesar disso, uma decisão anterior do Tribunal de Justiça havia obrigado o município a manter as operações por 30 dias, impedindo a SEAMED de intervir. No entanto, uma nova decisão confirmou que a secretaria é o órgão competente para fiscalizar, e desde então foram aplicadas multas diárias, iniciado diálogo com a prefeitura e solicitado um plano de desmobilização.
Entre os problemas identificados estão riscos de explosões por acúmulo de gás metano, ausência de cobertura da pilha de lixo (atraindo vetores de doenças), risco de contaminação de cursos d’água e localização próxima a áreas residenciais. Vulcanis afirmou que, mesmo com investimento, não é possível transformar o lixão em aterro sanitário.
Prefeitura de Goiânia
A prefeitura argumenta que a responsabilidade não é do atual gestor e acusa uma suposta “máfia” envolvendo Ministério Público e empresas privadas. A secretária rebateu veementemente essas acusações, chamando-as de criminosas e infundadas, e reforçou que a atuação é técnica e legal.
Ela também ressaltou que Goiânia, como capital e grande geradora de resíduos, tem responsabilidade ainda maior, e que a maioria dos municípios menores já conseguiu resolver seus lixões. Criticou a resistência da prefeitura em aderir à política de regionalização do saneamento, prevista em lei estadual aprovada em 2023, que prevê soluções integradas e sustentáveis para o descarte de resíduos sólidos no estado até 2026.
Por fim, sobre propostas tecnológicas como geração de energia a partir de resíduos, Vulcanis explicou que elas fazem parte da fase definitiva do projeto, mas que exigem viabilidade técnica e financeira. Por ora, o lixo de Goiânia deve ser destinado a aterros licenciados até 200 km de distância, conforme transição prevista em decreto estadual. A responsabilidade pelo passivo ambiental do lixão é exclusiva da prefeitura.
Link da entrevista completa: https://youtu.be/n32iWird0GE