Desde a operação da Polícia Civil desencadeada na semana passada para investigar um contrato da prefeitura de Trindade durante o primeiro ano de mandato de Jânio Darrot (MDB), em 2013, o ex-prefeito tem adotado postura similar à que manteve até o começo deste ano, enquanto esperava o aval do governador Ronaldo Caiado (UB) para correr atrás de apoios para viabilizá-lo como nome da base na disputa pelo Paço Municipal.
Mas o silêncio que Jânio manteve até agora, por orientação da defesa, que monta a resposta para apresentar à Justiça, deve ser quebrado porque, segundo uma fonte que esteve em contato com o emedebista, nos últimos dias, ele está obstinado em “provar que não houve fraude, nem ilicitude” em contratação do município durante sua gestão.
Entre os argumentos enumerados por Darrot, segundo a fonte, estão o fato de que o resultado da licitação foi bastante pulverizado, contrariando a tese de direcionamento para a empresa de seu antigo funcionário, que, pelas regras do processo licitatório, não estaria impedido de participar. Além disso, o Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) também teria acompanhado a licitação.
Outro ponto que deve comparecer à fala do emedebista, quando se manifestar sobre o caso, é que, no período em que ficou à frente da administração, adotou o pregão eletrônico como modalidade de licitação e sempre se mostrou contrário a formas menos transparentes, como adesão de ata, em nome da lisura do processo.
Segundo relatos do aliado de Jânio, não está nos planos dele questionar a Justiça, mas no entorno do ex-prefeito de Trindade, a suspeita é de que o episódio esteja acontecendo para “tirá-lo do páreo” na escolha do pré-candidato do governo para concorrer à eleição para prefeito da capital. “Por que está acontecendo agora?”, indagou a fonte próxima a Jânio.