Elcival Martins, ex-presidente do Vila Nova, apaixonado pelo Tigre, é o novo dono da SAF do Goiânia Esporte Clube. O CEO do Galo revelou que o investimento na agremiação alvi-negra será de R$ 120 milhões para um contrato de 10 anos. Segundo Elcival Martins, a Vila Olímpica não entrou na negociação. A SAF não adquiriu o patrimônio do clube, mas pretende fazer uma reestruturação para recolocar o Goiânia no espaço de destaque que já ocupou no futebol goiano.
Um novo Centro de Treinamento será construído pela SAF e não será na Vila Olímpica. O Goiânia terá toda estrutura que um clube profissional precisa. Elcival Martins contratou de imediato o Diretor de Futebol Marcelo Segurado, que se destacou no Goiás e outras equipes em outros Estados da Federação. Os planos para o Goiânia incluem o acesso para a série C ainda esse ano e a participação nas finais do campeonato goiano, garantindo vaga na Copa do Brasil em 2026.
Até aqui, uma maravilha. Mas como foi dito, o Goiânia terá um autêntico vilanovense no comando da SAF e um Diretor de Futebol esmeraldino de “quatro costados”. Dizem que até o atual presidente do alvi-negro,Alexandre Godói, é torcedor do Goiás. Pode dar certo? Pode, mas que é estranho, isso é. Ocorre que time de futebol não pode ser comparado com uma empresa qualquer. Deve ser administrado como empresa, mas com uma diferença substancial: no futebol a paixão é um forte componente, e nessa composição da Diretoria do Galo, ninguém é declaradamente apaixonado pelo time.
Conclui-se então que o Goiânia será mais um clube-empresa, com fins lucrativos, como existem muitos por aí. Times sem alma, que existem para negociar jogadores a cada fim de temporada a apresentar balanços superavitários. Alguém pode contestar meu raciocínio lembrando de John Textor, CEO vitorioso no Botafogo, sem ser torcedor do time da estrela solitária. Ele pode não ser apaixonado pelo Botafogo, mas também não é pelo Flamengo, Fluminense ou Vasco.
Aqui é diferente, Elcival tem alma vermelha, Marcelo Segurado, verde e branca. Nessa formatação da diretoria do Galo Carijó não tem nenhum alvinegro raiz? Parece que não. Caberá aos torcedores, que são poucos, fazer renascer a paixão pelo tradicional clube goiano, que já foi o dono da maior torcida da capital e detentor do maior número de conquistas de títulos estaduais, proeza que hoje pertence ao Goiás, de Marcelo Segurado. Resta torcer para que esses dirigentes gostem um pouco do Goiânia, vibrem com suas conquistas e devolva ao clube seus tempos de glória no futebol. E nos jogos do Goiânia contra Goiás e Vila Nova, segurar suas emoções para não vibrarem em gols dos adversários.