Thiago Queiroz
Um dos pré-candidato ao Senado pela chapa de Ronaldo Caiado (UB), foi o deputado federal Delegado Waldir (UB) que consultou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre a legalidade de candidaturas avulsas para o cargo. O objetivo era saber se nas eleições de 2022 permaneceria o mesmo entendimento das de 2010, quando o tribunal permitiu aos partidos fazerem coligações para governador juntamente com candidatura isolada para senador. Já que é do mesmo partido do governador, o deputado quis se certificar da possibilidade para definir seu futuro político, caso não consiga ser o nome escolhido ou não haja consenso no grupo por candidatura única. Pelo entendimento de 2010, podem ser lançados vários candidatos ao Senado e não só um único nome atrelado aos dos candidatos a governador e a vice-governador.
Desde que oficializou apoio à reeleição de Caiado, quando foi anunciada a fusão de seu antigo partido, o PSL, com o DEM do governador para formar o União Brasil, Waldir se colocou como pré-candidato ao Senado e já a favor de candidaturas alternativas dentro do grupo. Ele foi o primeiro entre os demais interessados a sinalizar que aceitaria outros candidatos ao mesmo cargo.
A ação de Waldir, no entanto, acendeu nos demais que apoiam Caiado, mas que desejam também ser candidato a senador sem depender unicamente da vaga na coligação majoritária, poderem cogitar mais essa possibilidade. Demostram interesse, além do próprio Waldir, Alexandre Baldy (PP), Zacharias Calil (UB), João Campos (Republicanos), o atual senador Luiz do Carmo (PSC), que busca reeleição, e, ainda, o presidente da Assembleia Legislativa, Lissauer Vieira (PSD), que se filiou na janela partidária na legenda deixada por Henrique Meirelles, que na pré-candidatura era visto como nome único e o preferido da chapa caiadista. Com a desistência, partidários passaram a cogitar que Lissauer assume o lugar. O placar sobre preferência por nome único contra candidaturas isoladas fica empate, com Waldir, Baldy e Zacharias a favor e os demais, contra, considerando Lissauer como interessado.
Embora tenha anunciado desistência da candidatura a deputado federal e de qualquer outra, Lissauer não nega que poderá aceitar a nova possibilidade e defende que o partido deva lutar pela vaga pré-conquistada, independentemente de nomes. “O PSD tem força e quadros para indicar um nome para a chapa majoritária e, diante das circunstâncias de momento e do projeto do partido, nós vamos conversar internamente e reavaliar toda essa situação para, no momento oportuno, apresentar nomes”, diz ele.
Lissauer defende que candidatura única a senador na chapa majoritária seria mais vantajosa para Caiado. “A candidatura única é o melhor. Vamos discutir essa questão com o governador e com os partidos que estarão na base, para chegar a um nome de consenso”, diz.
Quando o MDB oficializou apoio à reeleição de Caiado, o senador Luiz do Carmo, então no partido, anunciou que buscaria outra legenda para também concorrer à reeleição. Foi para o PSC. Defensor de candidatura única na coligação, ele reafirmou durante sua filiação ao partido que seu projeto permanece e que embora apareça timidamente nas pesquisas, “a batalha começa é agora” e está disposto a enfrentar. No evento, com a presença de Caiado, ele se dirigiu diretamente ao governador para pedir espaço na chapa. “Sei que vocês têm um monte de pré-candidatos a senador. Isso é difícil para você. Mas eu quero fazer parte da sua chapa.”
Do Republicanos, o deputado federal João Campos não fala em candidatura avulsa e busca ser nome único em alguma coligação. Tanto é que um dos motivos de seu partido não ter abrigado Gustavo Mendanha foi justamente a inviabilidade de uma chapa puro-sangue. Prefeito de Goiânia, Rogério Cruz também é do Republicanos e declarou apoio à chapa do governador. O deputado, que é o presidente regional, está aberto ainda a negociações para concretizar a candidatura que vem trabalhando há tempos e não declarou a nenhum nome o apoio da legenda antes das convenções partidárias, que realmente oficializam as alianças.
Por outro lado, o deputado federal Zacharias Calil diz que as possíveis candidaturas isoladas beneficiariam a campanha de Caiado à reeleição. “Elas permitem reunir mais candidatos num mesmo palanque e contribuem inclusive com o processo democrático”, ressalta o deputado. Ele vê, caso o TSE confirme em plenário a permissão, como benefício para si próprio e para outros pré-candidatos. Quanto à decisão de embarcar definitivamente na pré-candidatura de senador, Zacharias pondera que, mesmo honrado por seu nome aparecer bem nas pesquisas de intenção de voto sem ter divulgado pré-candidatura, vai ainda conversar com o grupo. “Aguardo decisão do governador Ronaldo Caiado quanto à minha candidatura, seja ela na composição da chapa a ser definida até os primeiros dias de agosto ou por via avulsa.”
Outro que declara preferência por Caiado e que aceitaria a possibilidade de múltiplas candidaturas é o presidente do PP em Goiás, o ex-ministro das Cidades Alexandre Baldy. Seu partido declarou apoio administrativo ao governador e ocupa no governo a Secretaria de Indústria e Comércio. As articulações durante a janela partidária demostraram que estarão juntos na campanha, por seu partido ter abrigado nomes muito próximos ao governador.