O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou na quarta-feira, 7, os resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), destacando a desigualdade no acesso à educação e a redução do índice de analfabetismo no Brasil. Os dados revelam que houve uma diminuição de 0,5 ponto percentual na taxa de analfabetismo entre 2019 e 2022.
De acordo com o levantamento, em 2022, 5,6% da população brasileira com 15 anos ou mais, o que corresponde a 9,6 milhões de pessoas, ainda não sabiam ler ou escrever. A pesquisa também analisou outros indicadores, como o nível de instrução, a frequência escolar e a evasão escolar, chamando a atenção para as disparidades regionais e raciais.
A Pnad Contínua foi iniciada em 2012, substituindo simultaneamente a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) e a Pesquisa Mensal de Emprego (PME), e é responsável por fornecer informações conjunturais relacionadas à força de trabalho, além de aspectos sociais e demográficos do país. Anualmente, são divulgadas informações estruturais sobre temas como educação e migração, e são realizados levantamentos temáticos específicos.
O módulo anual voltado para a educação foi introduzido em 2016, permitindo um panorama educacional do país e comparações ao longo dos anos. No entanto, os dados de 2020 e 2021 não foram incluídos na série histórica devido às alterações na coleta de dados devido à pandemia de COVID-19, que foi realizada exclusivamente por telefone, resultando em uma redução significativa na taxa de aproveitamento da amostra.
A nova edição da pesquisa atualiza a série histórica com os dados de 2022 e revela uma queda contínua do analfabetismo desde 2016, quando 6,7% da população brasileira não sabia ler ou escrever. A taxa atual de 5,6% reflete essa redução em todas as faixas etárias, mas entre os idosos, a proporção de analfabetos é mais significativa. Em 2022, 16% da população com 60 anos ou mais ainda não possuía habilidades de leitura e escrita.
Quando analisada a variável de gênero, percebe-se que o analfabetismo entre os idosos afeta mais as mulheres do que os homens. No entanto, ao considerar a população com 15 anos ou mais, a situação se inverte, com uma taxa de analfabetismo de 5,9% entre os homens e 5,4% entre as mulheres.
Embora a queda nas taxas de analfabetismo tenha sido registrada em todas as regiões do país, as disparidades ainda são notáveis. O Nordeste concentra 55,3% de todos os brasileiros com 15 anos ou mais que não sabem ler ou escrever, com uma taxa de analfabetismo de 11,7%.
Analfabetismo no estado é de 4,5%
Em Goiás, assim como no restante do Brasil, o analfabetismo está diretamente relacionado à idade. Quanto mais velho o grupo de pessoas, maior é a proporção de analfabetos.
Mais de 2 milhões de goianos com mais de 25 anos não concluíram o ensino médio em Goiás em 2022, de acordo com dados do IBGE. A pesquisa também mostrou que 44% dos goianos entre 15 e 29 anos estavam trabalhando, mas não estudavam. Entre os idosos negros ou pardos, um em cada cinco era analfabeto. A taxa de analfabetismo no estado é de 4,5%.
Apenas um quarto das crianças de 0 a 3 anos frequentava a pré-escola, enquanto 85% das crianças de 4 a 5 anos estavam matriculadas. Os percentuais de frequência escolar para as faixas de 6 a 14 anos e 15 a 17 anos foram de 99,1% e 93,6%, respectivamente.