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Pesquisa revela que 25% dos jovens de 18 a 34 anos nunca atendem o telefone

Preferência por mensagens de texto cresce entre jovens, enquanto ligações telefônicas são vistas com desconfiança e ansiedade


Laiz Queiroz Por Laiz Queiroz em 30/08/2024 - 20:29

Pexels

Uma pesquisa recente conduzida pelo site Uswitch, que envolveu 2 mil participantes, revelou que 25% das pessoas entre 18 e 34 anos nunca atendem o telefone. Quando uma chamada é recebida, esses jovens preferem ignorar o toque, responder por mensagem de texto, ou até mesmo pesquisar o número na internet se for desconhecido.

O estudo também apontou que cerca de 70% das pessoas nessa faixa etária têm uma clara preferência por mensagens de texto em vez de chamadas telefônicas. Isso contrasta significativamente com as gerações mais velhas, para quem falar ao telefone ainda é um hábito comum. A psicóloga Elena Touroni explica que, para os jovens que não desenvolveram o hábito de falar ao telefone, “isso agora parece estranho, pois não é o normal”.

Além disso, mais da metade dos jovens entrevistados acreditam que uma ligação inesperada pode significar más notícias. A psicoterapeuta Eloise Skinner sugere que a ansiedade em torno das ligações telefônicas pode estar ligada a uma associação com situações negativas, como uma sensação de pavor ou mau presságio.

No ambiente de trabalho, essa aversão às chamadas telefônicas também é evidente. Muitos jovens preferem a comunicação escrita, como e-mails e mensagens, que lhes permitem controlar melhor o tempo de resposta e evitar o desconforto das interações em tempo real. O advogado Henry Nelson-Case, de 31 anos, menciona que a “ansiedade associada a conversas em tempo real, possíveis constrangimentos e a pressão para responder imediatamente” faz com que ele evite falar ao telefone.

A advogada Dunja Relic, de 27 anos, compartilha dessa visão, argumentando que as ligações podem ser demoradas e atrasar outras tarefas. Eloise Skinner acrescenta que há um sentimento crescente de proteção do tempo pessoal, o que faz com que muitos vejam as ligações telefônicas como intrusivas.

Por outro lado, alguns especialistas alertam para as possíveis consequências dessa mudança de comportamento. Se a tendência atual continuar, a comunicação verbal pode ser reduzida, o que pode afetar a sensação de conexão e proximidade nas relações pessoais e profissionais. Skinner ressalta que a comunicação verbal gera maior alinhamento emocional e pode aumentar a sensação de realização, especialmente no ambiente de trabalho.

Embora a preferência por mensagens de texto e a tendência de trabalhar remotamente possam parecer convenientes, alguns especialistas sugerem que a perda da capacidade de manter conversas informais e não programadas pode ter impactos a longo prazo na dinâmica de equipe e na construção de relações mais profundas.

 

Via BBC Brasil

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