Em entrevista recente à Jornalista Ana Lívia Dias, o ex-presidente do Goiás fez declarações bombásticas sobre o Clube esmeraldino, a gestão do futebol, a situação financeira e a complexa situação política do Clube. Depois de inúmeros arranjos no Estatuto, praticamente inviabiliza o registro de chapas oposicionistas na disputa das eleições para os Conselhos do time da Serrinha. Sérgio Rassi, juntamente com outros 150 Conselheiros estão se organizando para tentar participar das próximas eleições do Conselho Deliberativo a se realizar em Junho, mas adianta que dificilmente conseguirão registrar sua chapa.
A questão é matemática. Existem atualmente 420 Conselheiros habilitados ao voto. Para registrar uma chapa, é necessário obter a assinatura de 250 votantes. Considerando que a chapa situacionista já tem a garantia de das assinaturas, o restante não dá número suficiente para o registro da chapa de oposição. A estrutura foi montada assim, para que nomes oposicionistas jamais voltem a comandar o Goiás. Sergio Rassi não disse claramente, mas a situação não admite que Raimundo Queiroz, Wagner Vilela e o próprio Sérgio Rassi voltem a comandar o Goiás. Esse esquema não é recente. Já era assim na época de Hailé Pinheiro.

Rassi entende que o atual Estatuto dificulta ainda mais a aproximação de Conselheiros oposicionistas ao comando do Goiás. Agora nem existe mais a figura do Presidente Executivo. Ninguém responde pelo Goiás, ou melhor, quem manda atua nos bastidores. O Clube perdeu sua identidade ao permitir a entrada de dirigentes estranhos a história e às suas tradições. “O Clube precisa voltar a ser comandado por esmeraldinos de coração” Sérgio Rassi afirmou ainda que o grupo oposicionista pretende convocar uma nova reunião do Conselho para discutir o cancelamento de mais de 300 títulos de sócios, pela atual direção, por estarem inadimplentes com o Clube, no entanto, nenhum deles foi oficialmente notificado sobre o cancelamento, como prevê o Estatuto. Foram cancelamentos ilegais e precisam ser revistos. O GPT – Goiás Para Todos, tem também o objetivo de democratizar o Clube, para que os sócios também tenham mais direitos e não só o dever de pagar mensalidades. Por não ter direitos, muitos deixam de pagar suas contribuições mensais, perdem a motivação e acabam deixando o Goiás.
Sobre sua gestão na presidência do Goiás, Sérgio Rassi afirmou que na gestão anterior à sua, foram feitas antecipações de receita. Aquilo que deveria ser recebido em sua gestão, foi antecipado. Nos dois primeiros anos de seu mandato, o Goiás não recebeu nenhum centavo dos direitos de imagem das redes de TV, pois as receitas já haviam sido antecipadas. O mesmo aconteceu na gestão passada, de Paulo Rogério Pinheiro. Foram antecipados valores na ordem R$ 80 milhões para “maquiar” o balanço final do ano, onde o Goiás estaria muito negativo. Com essa “maquiagem” fechou-se o balanço anual com resultados positivos.

O Goiás arrecada hoje cerca de R$ 3 milhões e gasta mensalmente R$ 9 milhões, disse Rassi. O déficit mensal atualmente é de R$ 6 milhões. E qual foi o resultado nos três primeiros meses do ano? Nenhum. O Goiás sequer chegou à final do campeonato goiano. E o que será daqui em diante? Vai piorar, pois o Goiás precisa reforçar seu elenco que é muito ruim. Com esse time vai passar vergonha na série B. Com esse elenco, é praticamente impossível pensar em acesso à Série A. Para melhorar esse time, o déficit mensal certamente vai aumentar. Como exemplo da má gestão, o Goiás trouxe Vagner Mancini e poucos meses depois o demitiram no melhor momento do time no campeonato brasileiro do ano passado. Trouxeram Jair Ventura e depois do fracasso no campeonato goiano o demitiram pagando uma multa rescisória de R$ 1,4 milhão. E se perguntar quem foi o responsável pelo prejuízo causado aos cofres do Clube, ninguém aparece para assumir. Para piorar, no início do ano contrataram um monte de jogadores sem condições de vestir a camisa do Goiás e agora estão rescindindo contrato com eles para contratar outros. Mais dinheiro jogado fora.