O médico Claudio Birolini, responsável pela cirurgia realizada no ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no último sábado (12/4), afirmou que o procedimento não solucionou de forma definitiva os problemas abdominais enfrentados por ele desde a facada em 2018. Em entrevista coletiva nesta segunda-feira (14), no Hospital DF Star, em Brasília, o cirurgião explicou que o quadro clínico é delicado e que novas complicações devem surgir ao longo do tempo. As informações são do portal Metrópoles.
“As aderências vão se formar, isso aí é inevitável. Um paciente que tem um abdômen hostil, por mais que você solte tudo, essas aderências vão se formar”, disse Birolini ao comentar o estado pós-operatório. Segundo ele, o processo de recuperação deve ser cauteloso. “No pós-operatório imediato, essas aderências vão se formar, e isso faz com que a recuperação, nesses próximos dias, seja um pouquinho mais lenta, e a gente não tenha nenhuma intenção em acelerar isso daí”, completou.
A cirurgia durou 12 horas e teve como foco a liberação de aderências intestinais e a reconstrução da parede abdominal. De acordo com Birolini, essa região está bastante comprometida. Ele também alertou para a possibilidade de novas “aderências bridas” — estruturas fibrosas que, ao se formarem, podem unir diferentes órgãos da cavidade abdominal e causar novos episódios de obstrução ou desconforto.
Já o médico cardiologista Leandro Echenique, que também integra a equipe que acompanha o ex-presidente, classificou o procedimento como “extremamente complexo”. “Tinha muita aderência (no intestino), mas o resultado foi excelente. Não houve complicação, e todas as medidas preventivas serão tomadas”, afirmou. Echenique acrescentou que Bolsonaro está consciente e com bom humor. “Ele está acordado, consciente e já fez uma outra piadinha ali”, disse.