A vereadora Kátia (PT), presidenta da Comissão de Meio Ambiente da Câmara Municipal de Goiânia, protocolou denúncia junto à Delegacia Estadual do Meio Ambiente (Dema) e representação ao Ministério Público de Goiás contra a Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg), por possível crime ambiental e ato de improbidade administrativa, pela remoção em massa de árvores ao longo da Marginal Botafogo.
De acordo com reportagens publicadas na imprensa, a operação da Comurg resultou em um verdadeiro desmatamento urbano, com a retirada quase total das árvores entre a Avenida Universitária e o Complexo Viário da Jamel Cecílio, o que configuraria crime ambiental. O corte incluiu inclusive mangueiras de grande porte e outras espécies nativas, o que extrapolou gravemente os limites estabelecidos pela Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma), que autorizava apenas a retirada de árvores exóticas, como leucenas, e que estivessem em fim de ciclo de vida.
“O que ocorreu foi um atentado ao meio ambiente urbano. A cidade perdeu sombra, perdeu vida, e tudo isso em desacordo com a legislação ambiental e com os próprios laudos técnicos da Amma. É preciso apurar com rigor e responsabilizar os envolvidos”, afirmou a vereadora.
Na denúncia apresentada à Dema, Kátia requer a instauração de inquérito policial, a realização de perícia ambiental na área afetada e a oitiva dos responsáveis pela execução e fiscalização da ação. Já na representação enviada à 15ª Promotoria de Justiça do MP-GO, a parlamentar solicita a abertura de investigação por possível ato de improbidade administrativa, com base no desrespeito aos princípios da legalidade e da moralidade, além de pedido de propositura de ação civil pública e medidas de reparação dos danos ambientais causados.
A vereadora destaca ainda que, até o momento, a Comurg não apresentou nenhum levantamento oficial sobre o número e o tipo de árvores removidas, o que aumenta a gravidade da situação e reforça a necessidade de transparência e fiscalização.
A Amma, por sua vez, confirmou à imprensa que houve extrapolação da autorização concedida, reconhecendo que a COMURG retirou espécies não previstas no laudo técnico. A justificativa inicial era prevenir acidentes, mas a extensão da intervenção foi muito além do previsto, caracterizando, segundo Kátia, uma força-tarefa descontrolada que transformou a Marginal Botafogo em um corredor de concreto sem vida.
A atuação da vereadora tem sido firme na defesa do meio ambiente na capital. Além de presidir a Comissão de Meio Ambiente, Kátia já foi responsável por iniciativas como a Expedição do Rio Meia Ponte e o projeto do Fórum Goianiense de Mudanças Climáticas. Agora, diante do caso da Marginal Botafogo, ela cobra que os responsáveis não fiquem impunes e que Goiânia tenha um plano claro de compensação e replantio da vegetação suprimida.
“A cidade precisa ser protegida. O meio ambiente urbano é parte essencial da qualidade de vida. É inadmissível que ações desse tipo ocorram sem consequência”, finalizou a vereadora.
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