A professora Sandramara Matias Chaves foi a candidata mais votada na eleição para reitoria da Universidade Federal de Goiás (UFG), realizada nesta quarta-feira (25). Com 3.869 votos, sua chapa superou a da professora Karla Emmanuela Ribeiro Hora, que obteve 3.595 votos. Ao todo, foram registrados 7.561 votos, incluindo brancos e nulos.
A eleição define a consulta pública para o quadriênio 2026–2029, e agora cabe ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva escolher a nova reitora da UFG. Embora o chefe do Executivo não esteja legalmente vinculado à nomeação da mais votada, há expectativa de que Lula respeite o resultado, reforçando o compromisso com a autonomia universitária — algo que foi alvo de críticas nos governos anteriores.
Histórico e perfil da mais votada
Sandramara Chaves é professora titular da Faculdade de Educação da UFG, com ampla trajetória na gestão acadêmica: foi vice-reitora e ocupou a reitoria entre 2018 e 2021. Em 2021, ela também venceu a consulta interna, mas não foi nomeada pelo então presidente Jair Bolsonaro — o que gerou protestos na comunidade acadêmica.
Durante a campanha de 2025, Sandramara defendeu propostas como:
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Ampliação da assistência estudantil (bolsas, moradia e restaurantes universitários);
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Valorização de docentes e técnicos-administrativos;
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Reforço na infraestrutura e ações de inclusão;
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Apoio específico a estudantes mães e a alunos em vulnerabilidade social.
A candidata é vista como defensora do caráter público, gratuito e socialmente referenciado da universidade.
Nomeação pelo presidente Lula
Com a finalização da votação, os nomes das duas candidatas serão encaminhados em lista tríplice ao presidente Lula, que deverá oficializar a escolha. A comunidade universitária aguarda que a decisão presidencial respeite a vontade expressa nas urnas — algo que o atual governo já sinalizou em outras nomeações recentes em universidades federais.
Chapa adversária
A professora Karla Emmanuela Ribeiro Hora, ex-diretora da Escola de Engenharia da UFG, obteve apoio majoritário entre os estudantes e técnicos administrativos. Apesar da derrota, sua votação expressiva demonstra engajamento e representatividade, com propostas voltadas à inovação, gestão compartilhada e fortalecimento do diálogo institucional.
Desafios para a próxima gestão
A nova reitoria da UFG — a ser confirmada após a nomeação — terá de enfrentar problemas estruturais como:
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Déficit de servidores técnicos-administrativos;
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Recomposição orçamentária após anos de cortes;
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Ampliação de políticas de permanência estudantil e pesquisa.
A possível eleição de Sandramara marca não apenas a retomada de sua liderança, mas também um movimento simbólico de reconhecimento interno e possível restauração da autonomia universitária, após anos de disputas políticas em nomeações.